Os dados refletem "uma estabilidade da população desempregada e uma queda no número de trabalhadores", segundo uma nota do órgão responsável pelas estatísticas do Governo brasileiro.
Essa leve recuperação representa uma mudança de tendência no mercado de trabalho e também coincide com uma desaceleração económica que começou a ser percebida no último trimestre de 2022 no Brasil, quando o produto interno bruto (PIB) do país caiu 0,2% face aos três meses anteriores.
O IBGE sublinhou ainda que a estabilidade seria consequência de uma "redução da procura de trabalho nos meses de novembro e dezembro de 2022 face ao início de 2023".
No entanto, o desemprego no Brasil caiu em comparação com o trimestre móvel encerrado em janeiro de 2022, quando o índice era de 11,2% e ainda estava em fase de recuperação, após atingir 14,9% em 2021 devido aos efeitos da pandemia de covid-19.
Em números absolutos, o número de desempregados no trimestre encerrado em janeiro passado no Brasil foi de nove milhões de pessoas, o que se manteve estável em relação ao período de agosto até outubro de 2022, embora tenha caído 25,3% na comparação anual.
A população brasileira empregada situou-se em 98,6 milhões de pessoas entre novembro e janeiro, menos 1% do que no trimestre anterior.
A taxa de informalidade, ou seja, de pessoas que trabalham sem direitos ou contrato laboral, foi de 39% da população ocupada, percentagem equivalente a 38,5 milhões de trabalhadores informais, praticamente estável face aos 39,1% registados entre agosto e outubro de 2022.
A queda do desemprego no Brasil deve continuar a perder ritmo este ano devido ao menor crescimento económico, que, segundo o mercado financeiro, será inferior a 1% face à expansão de 2,9% registada pela maior potência da América Latina em 2022.
A taxa de desemprego é divulgada mensalmente no Brasil, mas considera-se como referência o trimestre móvel com os meses anteriores ao período reportado.
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