"Os trabalhadores dos bares dos comboios em vigília em Campanhã e em luta há 20 dias" deslocaram-se à CP, na Estação de São Bento, no Porto, e reuniram-se "com o Presidente do Conselho de Administração" da operadora, "que se comprometeu a agilizar os processos por razões sociais de modo a resolver rapidamente a situação dos 130 trabalhadores", segundo a mesma nota.
Em cima da mesa estará a agilização do procedimento para atribuir a concessão, sendo que a CP adiantou na semana passada que iniciou os procedimentos legais para lançar um novo concurso para o serviço de bares nos comboios de longo curso, depois de avançar com a resolução do contrato com a Apeadeiro 2020.
Segundo Francisco Figueiredo, da Fesaht, o presidente da CP disse que o concurso seria "rápido", tendo já pedido autorização à tutela para avançar com o processo.
Os trabalhadores aguardam agora pelo resultado de uma reunião que terá lugar no dia 24 de março, no Ministério do Trabalho, no Porto, disse a Fesaht.
"A CP sempre cumpriu com as suas obrigações, pagando à empresa concessionária Apeadeiro 2020 os valores acordados e de forma atempada", garantiu a transportadora num comunicado no dia 17 de março, destacando que, apesar disso, "o serviço prestado pela concessionária tem vindo a degradar-se, ao longo dos últimos meses, com o registo de falta de produtos, alimentos e bebidas".
A transportadora disse ter alertado a concessionária "por diversas vezes" para "as falhas no serviço prestado, exigindo o cumprimento do previsto no caderno de encargos".
"Infelizmente, a situação não se resolveu, suspendendo o serviço de cafetaria e bar a bordo dos comboios Alfa Pendular e Intercidades, com prejuízo para a CP e para os seus clientes", lamentou.
A transportadora disse ainda que, "face ao cumprimento do contrato, incluindo a liquidação dos valores devidos, a CP não compreende as razões para a concessionária faltar às suas obrigações perante os seus trabalhadores, deixando mais de uma centena de famílias em situação de incerteza".
A CP reconheceu que a situação dos trabalhadores da Apeadeiro 2020 "é delicada, especialmente no que diz respeito aos salários em atraso e, mesmo não sendo da sua responsabilidade", a operadora "está preocupada com estes trabalhadores e tem desenvolvido todos os esforços para garantir que os seus direitos sejam protegidos".
No entanto, adiantou, depois de várias reuniões, "a empresa concessionária não apresentou qualquer solução credível para a prestação do serviço contratualizado com a CP e para a regularização dos salários em atraso aos seus trabalhadores", disse a operadora ferroviária.
"Por isso, a CP avançou com a resolução, com efeitos imediatos, do contrato relativo à exploração do serviço de cafetaria e bar a bordo dos comboios Alfa Pendular e Intercidades", tendo já iniciado "os procedimentos legais com vista ao lançamento de um novo concurso público internacional, com caráter de urgência".
A transportadora disse que "fará para que, com a contratação de um novo concessionário para o serviço de bar dos comboios de longo curso, os trabalhadores da Apeadeiro 2020 possam manter os seus postos de trabalho".
O serviço nos bares da CP continua suspenso e os trabalhadores, sem receber o salário, iniciaram uma greve no dia 01 de março.
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