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"Parpública desloca-se para o Terreiro do Paço" em processos sobre a TAP

O ex-vice-presidente da Parpública afirmou hoje que, em grandes operações como a nacionalização ou privatização da TAP, a gestora de participações sociais "desloca-se para o Terreiro do Paço", havendo um padrão de "envolvimento total" dos governos.

"Parpública desloca-se para o Terreiro do Paço" em processos sobre a TAP
Notícias ao Minuto

19:07 - 20/04/23 por Lusa

Economia TAP

Carlos Durães da Conceição foi hoje ouvido na comissão de inquérito à TAP e, em resposta ao deputado da IL Bernardo Blanco, referiu que "o envolvimento do Governo é total neste tipo operações" relativas à TAP.

"Mas foi em 2020, foi em 2017, foi em 2015. Há um padrão, isso posso testemunhar. Eu quase diria que a Parpública se desloca para o Terreiro do Paço", disse.

Quando a inquirição passou para o deputado do PCP Bruno Dias, este pediu ao antigo responsável da Parpública que repetisse o que tinha acabado de dizer.

"Já tive oportunidade de referir que a Parpública é uma sociedade instrumental que o Governo utiliza para intervir em algumas empresas do setor empresarial do estado. Quando estas operações estão a ser avaliadas, encontrei a figura de que a Parpública se instala no Ministério das Finanças", referiu.

Mais à frente, também ao deputado comunista, Carlos Durães da Conceição afirmou que "não é a prática relativamente à relação de acionista com as participadas", uma vez que a Parpública "tem enorme autonomia de gestão".

"Mas o dossiê TAP foi sempre um dossiê em que os diversos governos fizeram um acompanhamento de grande proximidade e todas as assinaturas que obrigam a reestruturação, privatização, nacionalização, tiveram instruções vinculantes por parte do Governo, não é uma exceção o ano de 2015, 2017 ou 2020", enfatizou.

No período de respostas ao deputado do PSD Paulo Moniz, o ex-vice-presidente da Parpública referiu que não renunciou ao seu mandato "por sentido de responsabilidade, por sentido de Estado", uma vez que "não são só os membros do governo que devem ter sentido de Estado".

"Demoro algum tempo a desistir e se não desisto encontro razões para viver no mesmo espaço com essas práticas que não respeito. Controlarmos as emoções e não responder às provocações. Portanto, algumas vezes tive de me fazer de 'espertamente' parvo, é verdade", assumiu.

Leia Também: Montenegro acusa Governo de "faltar à verdade" sobre a TAP

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