Cristina Carrilho foi esta tarde ouvida na comissão parlamentar de inquérito à TAP e, no período de inquirição do deputado do PSD Paulo Moniz, referiu que "a Comissão de Trabalhadores entende que a TAP não deve ser privatizada", recordando as palavras do ex-ministro Pedro Nuno Santos e do primeiro-ministro, António Costa, de que a empresa "é estratégica para o país e garantia da soberania e da diáspora".
"A privatização nunca é boa para a TAP", defendeu, no mesmo dia em que o Governo anunciou que quer aprovar até julho o decreto-lei que iniciará a privatização da companhia aérea.
Referindo que, o que diz a história da empresa, é que "a privatização da TAP não corre bem" e depois o Estado tem que ir "pôr meter a mão por baixo" e dinheiro porque, de outra forma, não há companhia aérea nacional, a coordenadora defendeu que "o que o privado quer é lucro e que, assim sendo, muito provavelmente vai "recusar operações que não sejam rentáveis" que, atualmente, são feitas quer dentro do território nacional quer com a diáspora.
Referindo que a Comissão de Trabalhadores só reuniu com o antigo secretário de Estado Hugo Mendes, Cristina Carrilho disse aos deputados que só teve conhecimento do caso de Alexandra Reis pela comunicação social, que são os "maiores informadores" da estrutura que representa, desconhecendo detalhes sobre a indemnização da antiga administradora.
Já no período de inquirição do deputado do PCP, Bruno Dias, Cristina Carrilho referiu que a "administração cessante da TAP tem um gosto especial por 'outsourcing' [contratação de trabalhos externos]".
Questionado sobre desde quando tinha a perceção que havia recurso sistemático ao 'outsourcing' para as questões jurídicas, a coordenadora da Comissão de Trabalhadores referiu que o primeiro que teve conhecimento foi com a sociedade SRS Advogados na altura em que entrou a última administração.
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