Ministros das Finanças africanos querem reformar FMI para o século XXI

Os ministros das Finanças africanos defendem uma reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) que torne a instituição "apta para o século XXI", incluindo medidas que permitam um aumento da liquidez disponível para estes países.

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Lusa
29/04/2023 11:16 ‧ 29/04/2023 por Lusa

Economia

Fundo Monetário Internacional

"Os ministros africanos defenderam reformas destinadas a fortalecer o modelo operacional do FMI, os instrumentos de empréstimos e a estrutura de governação para lidar mais eficazmente com os choques exógenos, como a pandemia de covid-19, a guerra na Ucrânia e a crise climática em desenvolvimento", lê-se num comunicado da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA, na sigla em inglês), divulgado no seguimento da reunião dos ministros africanos durante os Encontros da Primavera do FMI e do Banco Mundial.

"São precisas reformas concretas e concretizáveis, que possam ser rapidamente implementadas e, ao mesmo tempo, resolver o desequilíbrio estrutural que requer uma abordagem a longo prazo", disse a diretora executiva adjunta e economista-chefe da UNECA, Hanan Morsy.

Os ministros expressaram "grande preocupação sobre a falta de recursos para o Fundo Fiduciário de Redução da Pobreza e Crescimento", que dá financiamento concessional aos países mais pobres e defenderam o fim do pagamento das taxas administrativas pela utilização deste fundo criado na sequência da pandemia de covid-19 para fortalecer a capacidade de empréstimos do FMI aos países de baixo rendimento.

Entre as várias medidas propostas, os ministros das Finanças querem também que o FMI "venda parte das reservas em ouro, a médio prazo, para aumentar a disponibilidade do financiamento" e um aumento de 200% para 600% do valor disponível para empréstimos, que é definido em função da quota de cada país no Fundo.

"Os ministros destacaram a importância de lidar com os desequilíbrios nas quotas", diz a UNECA, exemplificando que apesar de o continente ter 1,4 mil milhões de pessoas, a sua quota é menor do que a da Alemanha, um país com 83 milhões de pessoas.

"A fórmula atual resulta numa subalocação de quotas aos países de baixo e médio rendimento, reduzindo a sua representação no processo de tomada de decisões e a eficácia do sistema de Direitos Especiais de Saque (SDR, na sigla em inglês)", lê-se no comunicado, em que se alerta que "2023 tem de ser um ano de ação e de implementação das boas ideias que existem, mas que não são aplicadas".

Leia Também: FMI valida programa de 191 milhões de dólares para a RCA

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