"Devido aos trabalhos de manutenção no poço Dalia, projetamos que a produção de petróleo caia 1,2%, para 1,13 milhões de barris por dia em 2023, e antecipamos uma queda de quase 13,7% do preço médio do barril de petróleo, para 86,9 dólares", escrevem os analistas num comentário à evolução da produção petrolífera de Angola, que em março registou o valor mais baixo em quase duas décadas.
Na nota, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas do departamento africano da Oxford Economics dizem também que o crescimento do Produto Interno Bruto de Angola deverá abrandar, dos 2,9% registados no ano passado, para 2,3% este ano, em contraste com as previsões do Governo angolano (3,3%), Banco Mundial (2,6%) e Fundo Monetário Internacional (3,5%), com o gabinete de estudos do Banco Fomento Angola a prever um abrandamento ainda maior, para até 1,5% este ano.
A subida da produção de petróleo dos novos poços e os projetos de extensão dos mais antigos completados no final de 2021 e no princípio do ano passado "ajudaram a estabilizar a produção de petróleo no ano passado, mas a adição de nova capacidade petrolífera foi, na sua maior parte, anulada pelas contínuas dificuldades operacionais que levaram a quedas de produção nos poços mais antigos", acrescentam os analistas.
É também para tentar conter o declínio na produção petrolífera e o desinvestimento nos poços mais profundos do país que Angola planeia lançar um concurso para a exploração de 12 blocos em terra no final de setembro, concluem os analistas.
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