Anna Lenz falava à Lusa ano final do debate organizado pela Lusa, em parceria com a COTEC Portugal, que decorreu na sede da agência de notícias em Lisboa, subordinado ao tema atrair e reter melhores talentos.
A diretora-geral da Nestlé Portugal, que comemora 100 anos, trabalhou em 29 países e Portugal foi o mercado ao qual quis regressar.
"São países muito diferentes" pelos quais passou, da Europa a África, passando pela Austrália, América Latina ou América do Norte e aprendeu o condicionamento próprio que existe e a adaptação a cada cultura.
"Por exemplo, em Portugal, a maneira de trabalhar é mais formal, então temos que adaptar o nosso estilo, mas até também de trazer um pouco dessa informalidade que pode também acelerar as coisas e ajudar na inovação", afirmou, apontando exemplos da sua experiência quer em Inglaterra, onde é obrigatório falar do tempo, e de Itália, em que pedir um 'capuccino' é uma espécie de código para ter uma conversa.
"Na qualificação das pessoas, uma das grandes razões que eu pedi mesmo para voltar -- já tinha trabalhado aqui quando era responsável na Nespresso -- (...) foi o talento", explicou à Lusa.
Em Portugal, "fiquei impressionada" com o nível de formação, de línguas, de "muita dedicação ao trabalho", "as pessoas trabalham muito e de uma maneira muito colaborativa", reforçou.
O clima e a segurança do país também foram fatores importantes, mas "trabalhar na Nestlé Portugal com muitos portugueses, obviamente também talento internacional", é bom e "tem pessoas excelentes, qualificadas", prosseguiu.
"E às vezes acho até que em Portugal não se dá conta quanto é boa a formação, quanto é bom o talento que temos aqui", sublinhou.
A inovação, salienta", vem das pessoas e evoluiu "muito no tempo" e "foi sempre importante para todos".
"Na Nestlé, o elemento crucial é a nutrição e como levar o poder da nutrição para melhorar a qualidade de vida, mas também com ângulo importante que é a sustentabilidade", disse.
A Nestlé tem mais de 20 centros de investigação com 4.000 pessoas que trabalham nesta área, referindo que o último centro que abriu foi na área da agricultura regenerativa, um tema que atualmente é "super importante".
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