Lucros do BCP quase duplicam para 215 milhões de euros no 1.º trimestre
O BCP teve lucros de 215 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 90% face ao resultado do primeiro trimestre de 2022, divulgou hoje o banco.
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O banco diz que o aumento dos lucros foi conseguido "apesar dos efeitos adversos relacionados com o Bank Millennium", o banco que o BCP tem na Polónia e onde tem tido perdas relacionadas com créditos concedidos em francos suíços.
Apenas em Portugal, o BCP obteve lucros de 170,8 milhões de euros, mais 58,9% face ao primeiro trimestre de 2022, segundo os documentos enviados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A operação na Polónia passou de um prejuízo de 26,0 milhões de euros no primeiro trimestre de 2022 para lucros de 53,6 milhões de euros, enquanto em Moçambique alcançou resultados líquidos positivos de 28,7 milhões de euros -- acima dos 25,2 milhões de euros do período homólogo.
Em sentido inverso, as outras operações internacionais passaram de um lucro próximo dos 900 mil euros para um prejuízo de três milhões de euros.
Em termos consolidados, a margem financeira (a diferença entre o que o banco cobra nos créditos e paga nos depósitos) subiu 42,9% para 664,6 milhões de euros, tendo as comissões subido 1,3% para 195,4 milhões de euros.
Os custos operacionais avançaram 5,3% para 268,5 milhões de euros -- evolução que o banco relaciona com o impacto da inflação "nos outros gastos administrativos".
As imparidades e outras provisões subiram 25,3% para 318,2 milhões de euros, dos quais 174,5 milhões são referentes a riscos legais dos créditos em francos suíços concedidos na operação da Polónia (+79,1% em termos homólogos) e 80,4 milhões de euros a imparidades de crédito.
Segundo o BCP, o crédito hipotecário em francos suíços representa agora 6,6% do crédito a clientes na Polónia, mantendo a redução regular que tem registado nos últimos trimestres (em 2008 era 54,6% e no período homólogo representava 10,5%). Quanto a processos individuais em tribunal, no primeiro trimestre eram 17.353.
O Bank Millennium tem vindo a fazer acordos extrajudiciais com clientes a propósito dos créditos em francos suíços, para reduzir os riscos deste processo, tendo feito 806 acordos no primeiro trimestre com um custo de 15,3 milhões de euros.
A carteira de crédito (bruto) consolidado do BCP totalizava 57.290 milhões de euros no final de março, apresentando uma redução de 2,0% face à mesma data de 2022, tendo em Portugal recuado 0,9%, para 39.937 milhões de euros.
"A redução crédito concedido é algo expectável no contexto da política monetária, o aperto da política monetária reduz a procura de crédito e é isso que estamos a sentir. Por outro lado, o rigor do banco é o mesmo, não comprometemos o futuro para apresentar um bom 'powerpoint' no presente", afirmou o presidente executivo do banco, Miguel Maya, na apresentação dos resultados.
Já o malparado recuou 0,7 pontos percentuais face a março de 2022, para 2,0%.
Os depósitos de clientes aumentaram 4,3%, para 75.015 milhões de euros, enquanto os recursos totais de clientes avançaram 4,0%.
Na apresentação, Miguel Maya congratulou-se por o BCP ser o único dos principais bancos a aumentar os recursos.
Quanto a indicadores de solvabilidade, o rácio de capital CET 1 era em março de 13,6% (acima dos 11,5% de março de 2022).
Em março, o BCP tinha 6.273 empregados em Portugal, mais nove funcionários do que em março de 2022, enquanto a sua rede comercial reduziu-se em 13 no mesmo período, para 408.
[Notícia atualizada às 18h19]
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