Os economistas do BCE consideram, num artigo do próximo boletim económico, publicado hoje, que "os efeitos negativos do aumento das taxas de juro na zona euro deverão intensificar-se com o tempo".
Em números, um aumento das taxas de juro de curto prazo de um ponto percentual conduz a uma queda do investimento imobiliário na zona euro de cerca de 5% ao fim de três anos, segundo os cálculos do BCE.
As projeções macroeconómicas de março do BCE já previam "uma queda prolongada e substancial do investimento imobiliário na zona euro este ano e no próximo".
O artigo refere ainda que o investimento imobiliário na zona euro é menos volátil e menos afetado pela recente subida do preço do dinheiro do que nos EUA, onde o aumento de 1% das taxas de juro de curto prazo conduz a uma queda de 8% do investimento ao fim de três anos.
As subidas das taxas de juro nos EUA, que começaram mais cedo do que na zona euro e foram mais rápidas, tiveram um maior impacto no investimento imobiliário em 2022 do que na zona euro.
Num outro artigo do boletim económico, o BCE afirmou recentemente que as sete subidas das taxas de juro na área do euro desde julho do ano passado, até 3,75% atualmente, estão a ser repercutidas na economia real com um desfasamento.
A Reserva Federal (Fed) começou a subir as suas taxas de juro em março do ano passado, antes do BCE, e aumentou-as em pouco mais de um ano em cinco pontos percentuais, com dez subidas consecutivas, para um intervalo entre 5% e 5,25%.
Leia Também: BCE procura novo presidente para Conselho de Supervisão