Governo não tinha "qualquer interesse na substituição" de Alexandra Reis

Miguel Cruz, antigo secretário de Estado do Tesouro, está a ser ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à tutela política da gestão da TAP.

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Ema Gil Pires
30/05/2023 17:36 ‧ 30/05/2023 por Ema Gil Pires

Economia

TAP

Miguel Cruz, antigo secretário de Estado do Tesouro, optou, nos seus primeiros momentos de audição na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à tutela política da gestão da TAP, esta terça-feira, por deixar uma garantia: "não falei com o CFO [diretor financeiro] da TAP sobre a saída de Alexandra Reis".

Miguel Cruz, antigo secretário de Estado do Tesouro, está a ser ouvido na CPI, recorde-se, criada após a polémica indemnização de 500 mil euros atribuída a Alexandra Reis quando abandonou a liderança da companhia aérea. 

"Não posso dizer que era próximo da engenheira Alexandra Reis, embora tenha muito respeito pelo trabalho que ela fez" na TAP, fez questão de referir Miguel Cruz, nos primeiros momentos de questionamento desta audição, liderados pelo social-democrata Paulo Moniz.

Questionado sobre quando teve conhecimento dessa mesma indemnização (e do montante associado), garantiu que apenas soube a 24 de dezembro de 2022, quando foi noticiada pelo jornal Correio da Manhã.

Sobre a saída de Alexandra Reis do cargo que ocupou até fevereiro de 2022, o antigo secretário de Estado esclareceu que a mesma deu-se "a par com a renúncia de dois outros membros do conselho de administração" e que a "única informação" que o Governo tinha na altura era de que em causa estava mais uma "renúncia”.

Miguel Cruz deixou ainda clara qual a sua posição acerca desse facto: “Na minha opinião, não era a melhor oportunidade para se ter mais uma saída do conselho de administração”. E elaborou: "Nem o Ministério das Infraestruturas, nem eu, tínhamos qualquer interesse na substituição da engenheira Alexandra Reis".

Enquanto secretário de Estado, Miguel Cruz tinha a tutela financeira da TAP, mais concretamente entre junho de 2020 e março de 2022. Já quando estava no cargo (embora há pouco tempo), foi anunciado o regresso da companhia aérea ao controlo do Estado, motivada pelas dificuldades causadas pela pandemia de Covid-19.

Esteve também envolvido na preparação e aprovação do plano de reestruturação da companhia aérea, que levou a cortes salariais e despedimentos entre os funcionários. 

Miguel Cruz era ainda, além disso, secretário de Estado quando a ex-administradora Alexandra Reis saiu da TAP, em fevereiro de 2022, com uma indemnização de meio milhão de euros.

[Notícia atualizada às 17h51]

Leia Também: TAP? "Entrada de privados era importante para que Estado capitalizasse"

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