O coordenador do Partido Socialista (PS) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à Gestão Política da TAP, Bruno Aragão, disse, esta sexta-feira, que ia rejeitar os requerimentos entregues pelo Chega, nos quais o partido pede uma prorrogação da da CPI, assim como o regresso do ministro das Infraestruturas, João Galamba, às audições neste âmbito.
"Vamos continuar a discutir a TAP. Acho que isso esclarece definitivamente a posição do PS em relação a esses requerimentos", afirmou, acrescentando que a CPI entra agora "numa última fase de audições" que tem "uma particularidade".
"Tirando o ex-secretário de Estado das Infraestruturas, serão só ex-ministro das Finanças, atual ministro das Finanças e o ex-ministro das Infraestruturas. Relativamente à tutela política serão ouvidos numa última fase os altos cargos que tiveram responsabilidade sobre a TAP e que nos permitirão fechar todo este processo, o que foi linha temporal, diferentes opções dos diferentes governos", explicou, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.
Perante a dúvida sobre se a discussão sobre a TAP ia continuar em sede de CPI, os jornalistas confrontaram Bruno Aragão sobre se iria rejeitar os dois requerimentos. "Liminarmente", garantiu.
"Neste momento, não há nada que aponte para uma necessidade de prolongamento dos trabalhos por uma razão simples: houve uma consensualização de calendário, que está a ser cumprido. Todos os partidos têm feito esforço imenso para que as audições decorram como estava planeado", afirmou.
Os esclarecimentos surgem na sequência do anúncio feito pelo líder do Chega, André Ventura, que anunciou hoje que tinha entregue dois requerimentos a CPI. Em declarações aos jornalistas também na Assembleia da República, o líder partidário detalhou que os pedidos se prendiam com o regresso do ministro das Infraestruturas, João Galamba, ao Parlamento. "Uma vez que lhe deve ser dada a oportunidade de esclarecer as contradições e mentiras que disse e de, eventualmente, poder corrigi-las - nomeadamente, quanto aos vários acontecimentos no Ministério das Infraestruturas e ao recurso ao serviço de informações", atirou. Para além de Galamba, Ventura queria ainda o regresso da chefe de gabinete do ministro, Eugénia Correia.
Ainda durante a sua intervenção durante a manhã, o Chega notou ainda que tinha pedido à CPI uma prorrogação dos trabalhos para lá do previsto. "Entendemos que devem ser atribuídos mais três meses", rematou Ventura, dando como exemplo que ainda não se conhece o conteúdo do telemóvel do ex-assessor Frederico Pinheiro - que foi entregue à Polícia Judiciária - e que pode, a seu ver, ser "relevante".
[Notícia atualizada às 15h42]
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