A equipa do FMI, liderada por Mesmin Koulet-Vickot, esteve no país africano entre 29 de maio e 7 de junho para atualizar as suas projeções com base nos desenvolvimentos recentes e fazer um balanço da visão e das prioridades das autoridades locais.
Face ao ano passado, o FMI indicou que a economia da Guiné Equatorial expandiu-se pela primeira vez desde 2014, com um crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) estimado em 2,2%, refletindo os preços globais mais elevados dos hidrocarbonetos e a reconstrução de Bata, cidade fortemente abalada por grandes explosões num complexo militar.
A inflação atingiu 4,8% em 2022 devido aos altos preços de importação de alimentos, de acordo com o órgão, que acrescentou que os indicadores do setor bancário enfraqueceram.
"Para 2023, a atividade económica real deverá cair 6,4%, uma recessão mais pronunciada do que inicialmente previsto, refletindo um impacto mais severo do incidente no campo petrolífero de Zafiro. A inflação será moderada para 2,8%. O défice fiscal primário não petrolífero está projetado em 11,5% do PIB", disse Mesmin Koulet-Vickot, no final da visita.
"A médio prazo, projeta-se que a economia da Guiné Equatorial continue a declinar devido ao papel cada vez menor do setor de hidrocarbonetos. Nesse contexto, a visão das autoridades de promover a diversificação económica é bem-vinda", acrescentou.
Para conseguir isso, é fundamental, segundo o técnico do FMI, melhorar o clima de negócios, aumentar o capital humano e os gastos sociais, mantendo a sustentabilidade fiscal e continuar com as reformas de governança para aumentar a transparência e combater a corrupção.
Durante a visita, a equipa do FMI reuniu-se com vários membros do Governo, entre eles o Presidente, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que lidera há mais de 40 anos este país membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
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