A bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), Paula Franco, disse esta segunda-feira que as alterações às tabelas do IRS, que entraram em vigor no dia 1 de julho, são positivas, porque significa que os trabalhadores vão reter menos IRS todos os meses, mas deixa uma alerta relativamente aos reembolsos.
"Estas alterações significam que as pessoas vão reter um bocadinho menos", disse Paula Franca, em declarações à SIC Notícias, acrescentando, porém, que os contribuintes devem ter atenção ao seguinte: "As pessoas vão ter menos reembolso no fim ou vão ter de pagar um pouco".
Na prática, as taxas aplicadas pelas tabelas do IRS tratam-se de um "adiantamento de imposto", explica a bastonária, adiantando que o "Governo, nos últimos anos, tem aproximado as retenções na fonte ao imposto final, diminuindo a retenção na fonte".
Paula Franco explica o impacto mensal é "muito pequenino, sentimos pouco no nosso bolso, mas vamos sentindo".
A bastonária da OCC considera ainda que este "ajustamento é sempre positivo", já que assim os contribuintes não têm "de estar a adiantar muito dinheiro ao Estado".
O que muda?
O novo modelo de retenções na fonte entrou em vigor no sábado, dia 1 de julho, com o Governo a pretender que as alterações assegurem que um aumento do rendimento bruto corresponda a uma subida do rendimento líquido.
"Este novo modelo visa assegurar o cumprimento de dois objetivos fundamentais: garantir que a um aumento do rendimento bruto corresponde sempre um aumento do rendimento líquido ao final do mês; assegurar uma maior e crescente aproximação do valor das retenções na fonte ao valor do IRS liquidado através da entrega da declaração Modelo 3 de IRS", afirmou o Ministério das Finanças em comunicado divulgado na semana passada.
Segundo o departamento governamental, este novo modelo trata-se, na prática, de uma aproximação do valor retido ao longo do ano do valor a liquidar anualmente.
O Ministério das Finanças indica que a aplicação destas novas tabelas resultará, para a generalidade dos contribuintes, "num aumento líquido mensal face ao valor que auferiam no primeiro semestre do ano".
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