O ministro das Infraestruturas, João Galamba, voltou esta terça-feira a dar mais alguns esclarecimentos sobre a sua posição acerca de uma possível construção do novo aeroporto de Lisboa em Santarém. "A distância é, obviamente, um desafio para o planeamento dos transportes públicos", argumentou, negando que isso signifique, no entanto, que essa seja, "por definição, a pior opção de todas".
O governante fez questão de ressalvar, no programa 'CNN Town Hall – Estado da Nação', que o tema da distância é uma questão "relevante", embora tenha destacado que não é "a única" - defendendo assim, uma vez mais, que não se posicionou a favor ou contra quaisquer das opções em estudo pela Comissão Técnica Independente (CTI). "Eu não escolhi, nem excluí" nenhuma das soluções, assegurou, negando a existência de qualquer "contradição" na sua posição pública sobre o tema.
E elaborou: "Eu disse o mesmo que a Comissão Técnica Independente disse. A comissão divulgou o seu relatório preliminar em que diz ‘ipsis verbis’ o que eu disse. Por isso é que eu considero que não tenha excluído qualquer solução. Disse uma coisa que é um facto e que a comissão técnica e independente disse exatamente o mesmo".
Recorde-se que o ministro tinha dito, em declarações na CNN Portugal Summit, achar "longe" a construção do novo aeroporto em Santarém. E acrescentou, sobre essa hipótese: “Se acho que a probabilidade de ser viável é alta? Não, é baixa”.
A posição diferiu da apresentada por outro governante, o secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino - que julgou que "fará muito mais sentido" construir a referida infraestrutura em terras ribatejanas. O ministro da Economia, António Costa Silva, disse, por sua vez, não ter "nenhuma preferência", embora tenha destacado que "é fundamental o país decidir rapidamente".
Esta terça-feira, no 'CNN Town Hall – Estado da Nação', João Galamba explicou ainda que a "avaliação" da CTI inerente à escolha de um novo aeroporto em Lisboa é "multidimensional" e que a distância é apenas "uma das dimensões", a par de outras, nomeadamente "ambientais" e de "investimento público necessário". Mas, "de facto, de todas as soluções que estão a ser estudadas, aquela é a mais distante. E isso é um ponto negativo", elaborou ainda.
E concluiu: "Agora, uma coisa que é verdade hoje, que é verdade para qualquer pessoa, e que será sempre verdade: uma localização que é mais distante das outras traz desafios de um certo tipo maiores do que as outras. Significa isso que é, por definição, a pior opção de todas? Não".
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