Após ser noticiado que Alexandre Fonseca, CEO global do grupo Altice e presidente do conselho de administração ('chairman') da Altice Portugal, também estava a ser investigado pelo Ministério Público (MP), um comunicado enviado pela empresa às redações, esta quarta-feira, deu conta de que Ana Figueiredo será indicada para o segundo dos cargos citados, que vai acumular com o de CEO da Altice Portugal.
A mesma nota de imprensa revela ainda que Natacha Marty, conselheira geral da Altice, passará a ser vogal do Conselho de Administração da Altice Portugal.
Segundo a empresa, estas "alterações na composição do Conselho de Administração da Altice Portugal" têm "efeito imediato".
A decisão surge depois de a Altice International e as suas afiliadas terem colocado de licença, esta quarta-feira, "representantes legais, gestores e trabalhadores importantes em Portugal e no estrangeiro, enquanto a investigação" relativa à Operação Picoas "se desenvolve". Isto depois de, na segunda-feira, o presidente executivo da Altice, Alexandre Fonseca, ter suspendido as funções que desempenhava na operadora de telecomunicações.
A empresa deixa ainda a garantia que, apesar da investigação que pende sobre altos responsáveis da Altice Portugal, "continua a realizar a sua atividade de forma normal e continuará a conduzir o seu negócio com a maior integridade e no interesse de todos os stakeholders".
Assegura, ainda, estar a "cooperar com as autoridades portuguesas" no âmbito desta operação, mostrando-se "disponível para qualquer clarificação que possa ser útil para a investigação em curso".
Em causa está, alegadamente, uma "viciação do processo decisório do grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência", que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva.
As autoridades destacam ainda que o Estado terá sido defraudado numa verba "superior a 100 milhões de euros" em matérias fiscais.
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