UE faz exigências "algo excessivas" ao Mercosul, alerta presidente do CES

O presidente do Conselho Económico e Social (CES) disse que a União Europeia (UE) deve ponderar a forma como se dirige ao Mercosul, "fazendo exigências algo excessivas" para um acordo comercial entre os dois blocos.

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Lusa
06/09/2023 02:47 ‧ 06/09/2023 por Lusa

Economia

Mercosul-UE

"A União Europeia tem de ter a devida ponderação relativamente à forma como se dirige aos países do Mercosul", defendeu Francisco Assis, na terça-feira, na sequência de uma reunião, no dia anterior, que manteve no Ministério das Relações Exteriores do Brasil, sobre a possibilidade da assinatura de um acordo comercial entre a UE e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).

Assis disse à Lusa que os responsáveis europeus fazem "exigências algo excessivas, que podem até ser entendidas como um desrespeito pela soberania destes países".

Estas declarações surgem duas semanas depois da ministra do Meio Ambiente brasileira, Marina Silva, voltar a criticar as novas exigências ambientais da União Europeia ao Mercosul, na negociação do acordo comercial que os dois blocos discutem há mais de 20 anos.

A ministra brasileira aludiu, assim, a um documento anexo ao texto acordado em 2019, que foi apresentado em maio passado pela UE, face ao desmantelamento de medidas de proteção ambiental por parte do Governo do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (2019-2022).

Francisco Assis, antigo eurodeputado socialista, considerou que o "erro, às vezes da União Europeia, é parecer que está a dar lições" e que "a razão principal pelo acordo não ter sido aprovado está do lado de alguns países europeus, [mais] do que propriamente do Mercosul".

"O que vi foi da parte do Brasil uma imensa vontade de contribuir para que rapidamente se feche este processo" ainda este ano, acrescentou Assis.

O presidente do CES disse ter recebido uma "perspetiva bastante otimista" dos responsáveis brasileiros.

"Entendem que até ao final do ano pode-se desbloquear o processo e chegar à aprovação, quer lá, quer cá, do acordo que está há 24 anos em discussão", frisou Assis.

O Brasil ocupa atualmente a presidência semestral do Mercosul, que debate uma resposta conjunta às novas exigências europeias.

Embora o texto ainda não tenha sido fechado, Lula da Silva alertou que o Brasil não aceitará o que definiu como um "neocolonialismo verde que, sob o pretexto de proteger o meio ambiente, impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias". 

Uma delegação do CES chegou a Brasília na segunda-feira, a convite da instituição homóloga local, o Conselho de Desenvolvimento Económico Social Sustentável, e irá ficar na capital brasileira até sexta-feira.

Leia Também: Governo brasileiro considera exageradas exigências ambientais da UE

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