Wall Street encerra em baixa alarmada com postura ofensiva da Reserva Federal
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, com uma forte queda do setor tecnológico, devido ao receio dos investidores de que um cenário de taxas de juro elevadas nos Estados Unidos possa levar a uma recessão.
© Lusa
Economia Wall Street
Os resultados definitivos da sessão indicam que o alargado S&P500 caiu 1,64%, o seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 1,08%, e o tecnológico Nasdaq baixou 1,82%.
A Reserva Federal dos EUA ditou esta quarta-feira uma pausa na trajetória das taxas de juro, mas apresentou projeções que sugerem outro aumento antes do final do ano, e sugeriu que o ambiente de taxas elevadas poderá persistir por algum tempo.
"Os investidores continuam claramente a digerir a comunicação da Fed, e mais particularmente as previsões" da instituição em termos de crescimento, inflação e trajetória monetária, referiu Angelo Kourkafas, da Edward Jones.
Os investidores também receberam hoje dados do mercado de trabalho que continuam a refletir a sua força: os subsídios de desemprego caíram na semana passada para 201.000, o volume mais baixo desde janeiro e inferior ao estimado.
"Mesmo que o mercado de trabalho esteja a acalmar, ainda estamos a assistir a muito poucos despedimentos", salientou Nancy Vanden Houten, da Oxford Economics, lembrando que isso deverá encorajar a Fed a ser mais firme.
"[A Fed] Pode derrubar a economia e empurrar-nos para uma recessão", explicou, por sua vez, Phil Flynn, do Price Futures Group.
A diminuição do apetite pelo risco levou a fortes vendas em bolsa e, paralelamente, à subida das taxas de rentabilidade da dívida do Tesouro: nos títulos a 10 anos fixou-se nos 4,49%, e nos títulos a 2 anos, nos 5,19%, o seu nível mais elevado no 15 anos em ambos os casos.
"Isto pressiona os setores em crescimento e o Nasdaq, com uma forte componente tecnológica", frisou ainda Angelo Kourkafas.
Por outro lado, a sombra de outra possível paralisação do governo paira no final deste mês devido à dificuldade entre congressistas de ambos os partidos em chegar a acordo sobre o orçamento para projetos de lei fundamentais como a defesa.
Todos os setores terminaram em baixa, liderados por imobiliário (-3,48%), bens não essenciais (-2,88%) e materiais básicos (-2,05%).
Entre as 30 empresas do Dow Jones, as maiores perdas foram para a Cisco (-3,89%), que anunciou esta quinta-feira a maior compra da sua história, da empresa de cibersegurança Splunk por 28.000 milhões de dólares (26.264 milhões de euros).
Dow Inc (-2,78%), Nike (-2,61%), Caterpillar (-2,36%) e Visa (-2,17%) também caíram.
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