"As privatizações e as PPP vão aumentar a atratividade da economia angolana, que precisa de diversificação e está muito endividada", disse Indira Campos na conferência Doing Business Angola, que decorre hoje em Lisboa organizada pelo Jornal Económico e pela Forbes Africa.
Para a representante da Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês), o braço do Banco Mundial para ajudar o setor privado a investir nos países em desenvolvimento, Angola é um país que está a conseguir atrair capital privado estrangeiro, apesar das dificuldades e dos constrangimentos.
"É preciso diversificar a economia, o Estado está muito endividado, isso já sabemos, e o governo sabe que tem de se retirar da esfera privada; este programa de privatizações atrai capital para setores chave e é combinado com uma visão clara para aqueles setores", disse Indira Campos, acrescentando que já se notam as alterações legislativas em áreas como os têxteis e as embalagens, entre outras.
Questionada sobre quais são as principais recomendações, tendo em conta a experiência de outros países onde o IFC está a ajudar os governos no lançamento de privatizações e PPP, como Egito ou Nigéria, Indira Campos disse que os programas "têm de ser detidos pelo Estado e têm de ser o resultado de uma mudança de paradigma que tem de ser interna".
Para a representante do IFC, "é escusado impor processos em países que não estão preparados. Por isso o primeiro ponto é haver um compromisso do Governo até ao mais alto nível, para além da aceitação popular" do programa e dos objetivos a que se propõe.
Indira Campos defendeu, ainda, que é fundamental haver "transparência no processo, porque ninguém quer ir a jogo se o vencedor já está encontrado", e alertou que "se essa perceção existir, isso acaba por minar tudo".
É por isso, acrescentou, que o facto de a legislação proibir o ajuste direto nos ativos estatais que o Governo quer vender é um bom procedimento, na medida em que mostra que "Angola assume o seu legado e tenta evitar isso".
A IFC investiu 11,3 mil milhões de dólares (10,6 mil milhões de euros) no último ano fiscal em 40 países, está presente em Angola e na África lusófona e pretende reforçar as operações nestes países, disse ainda Indira Campos.
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