Centeno considera prudência "essencial" no que respeita à inflação

O Governador do Banco de Portugal apelou hoje à "prudência", que considerou "essencial", nas políticas cambiais e orçamentais, por causa da inflação, e prometeu mais cooperação com países mais vulneráveis.

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Lusa
09/10/2023 16:10 ‧ 09/10/2023 por Lusa

Economia

Banco de Portugal

Falando no XXXIII Encontro de Lisboa entre os Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa, que decorreu hoje de manhã no Museu do Dinheiro, Mário Centeno afirmou que a normalização das restrições da oferta e a evolução favorável dos preços das matérias-primas explicam "em larga medida a moderação dos preços observada nos primeiros meses de 2023".

O encontro de hoje antecedeu as reuniões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional que decorrem esta semana em Marrocos.

Contudo, advertiu, a "inflação está ainda acima dos referenciais que são objetivos dos (...) bancos centrais no final de 2023".

Perante este cenário, o antigo ministro das Finanças considerou que as políticas monetárias, nomeadamente na área do euro, vão continuar a seguir a estabilidade de preços, "certas de que os custos da inflação são mais desiguais e regressivos do que as medidas utilizadas para a combater".

"A prudência é essencial, igualmente, para evitar reagir de forma excessiva e sem dar tempo a que o processo de transmissão da política monetária se materialize", defendeu, considerando que "uma sobre reação poderia resultar num abrandamento económico desnecessário e intensificar os riscos para o sistema financeiro".

O governador do Banco de Portugal defendeu que "é preciso monitorizar e atuar em função dos dados" e compreender "os desfasamentos dos mecanismos de transmissão", porque, "só assim" se pode preservar a eficácia e credibilidade das decisões dos bancos centrais.

Centeno salientou que "a inflação ajuda a relativizar o problema da dívida".

"Mas, sem uma política sustentada para a redução desta dívida, o efeito benéfico da inflação de curto prazo rapidamente se esvai, ou até inverte", com o consequente "aumento do serviço da dívida, com taxas de juro mais elevadas e a contração da economia que este mesmo aumento consubstancia", sublinhou.

Para o antigo responsável da pasta das Finanças do executivo de António Costa, a "redução sustentada da dívida é um dos maiores ativos" que se pode deixar às gerações futuras e é "um dos grandes desafios globais neste momento".

Por outro lado, o antigo ministro das Finanças defendeu, também, que "as políticas orçamentais se pautem pela prudência e se foquem no apoio aos mais vulneráveis".

Da parte do Banco de Portugal prometeu mais cooperação e apoio também aos países mais vulneráveis e salientou que, segundo dados deste ano, houve mais cooperação, na sua grande maioria com os Países de Língua Oficial Portuguesa.

O Banco de Portugal reviu em baixa as estimativas de crescimento do PIB para 2,1% este ano e 1,5% em 2024.

Ainda assim, a previsão da instituição mantém-se acima da expectativa oficial do Ministério das Finanças, de 1,8% para 2023.

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