Novo programa Incentiva +TP substitui PART e vem dotado de 360 milhões
O Governo criou um novo programa Incentiva +TP, que substitui o PART e o PROTransP, com um financiamento de 360 milhões de euros, um acréscimo de mais 91 milhões de euros face a 2023.
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Economia OE2024
Segundo o relatório que acompanha a proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), entregue hoje na Assembleia da República, o Governo refere que o Incentiva +TP tem como destinatários as autoridades de transporte, nomeadamente as Comunidades Intermunicipais e as Áreas Metropolitanas, além da população em geral.
"O novo programa Incentiva +TP substitui o PART e o PROTransP e visa assegurar um financiamento mais equilibrado, estável e previsível às autoridades de transporte", lê-se no documento.
No relatório, o Governo indica que "passa a ser consignada uma percentagem das receitas de carbono ao financiamento deste programa", especificando que essas verbas "são transferidas diretamente para o Fundo Ambiental, que posteriormente transfere para as Autoridades de Transportes".
De acordo com o Executivo, o impacto orçamental em 2024 é de 360 milhões de euros (ME), o que representa um acréscimo de 91 milhões de euros face a 2023, por consignação de parte das receitas das taxas de carbono.
O Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART) nos transportes públicos teve no OE2023 um financiamento base de 138,6 milhões de euros, com a possibilidade de a verba ser reforçada até 110 ME para garantir a manutenção do preço dos passes e os níveis de oferta nos sistemas de transporte público.
Já o Programa de Apoio à Densificação e Reforço da Oferta de Transporte (PROTransP) contou com um orçamento de 20 milhões de euros no OE2023.
De acordo com o relatório, o Incentiva +TP vai beneficiar "mais de cinco milhões de portugueses que residem no continente e que se deslocam habitualmente, dos quais 730 mil habitantes que usam regularmente o transporte público".
Com este novo mecanismo, o Governo assume "uma partilha de riscos subjacente à variação das receitas de carbono", assegurando, todavia, que, no mínimo, a "verba a alocar em determinado ano é igual à do ano anterior mais a TAT (Taxa Atualização Tarifária)".
No máximo, "a verba a alocar num determinado ano, não ultrapassa mais de 5% das verbas alocadas no ano anterior corrigidas da TAT (saldos para compensar anos de menor receita)".
As verbas deste programa, de acordo com o relatório, "só poderão ser alocadas ao financiamento e promoção dos transportes públicos, cabendo a cada autoridade de transportes identificar as medidas mais eficazes para aumentar a procura de transporte público e assegurar a sustentabilidade das operações a seu cargo".
As ações a financiar incluem o apoio à redução de tarifas, o pagamento de Obrigações de Serviço Público decorrentes da contratualização dos serviços de transporte público e o apoio ao reforço da oferta, seja através de serviços de transporte público regulares ou flexíveis.
O PART, criado em abril de 2019, foi um programa de financiamento das autoridades de transporte para a implementação e desenvolvimento de medidas de apoio à redução tarifária nos sistemas de transporte público de passageiros.
O objetivo foi reduzir a fatura das famílias com a mobilidade, bem como aumentar a oferta de serviço e a expansão da rede.
Foi este programa que permitiu que as Áreas Metropolitanas (AM) de Lisboa e Porto e as Comunidades Intermunicipais (CIM) pudessem manter os preços vigentes dos transportes e aumentar a oferta dos mesmos.
Já o programa PROTransP, foi criado em 2020, também pelo Governo, privilegiando "as zonas onde a penetração destes modos de transportes é mais reduzida e onde o potencial de ganhos de procura ao automóvel é superior, contribuindo assim para a promoção do transporte público coletivo, indução de padrões de mobilidade mais sustentáveis e descarbonização da mobilidade".
O PROTransP teve como propósito aumentar a oferta de transporte coletivo nas comunidades intermunicipais e nos territórios de baixa densidade.
O Governo apresentou hoje o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) que revê em alta o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, de 1,8% para 2,2%, e em baixa de 2,0% para 1,5% no próximo ano.
A taxa de desemprego é revista em alta para o próximo ano, prevendo agora 6,7% em 2024, face aos anteriores 6,4%.
Já quanto à inflação, o executivo está ligeiramente mais pessimista, prevendo que a taxa caia de 8,1% em 2022 para 5,3% em 2023 e 3,3% em 2024.
A proposta de lei prevê, igualmente, o melhor saldo orçamental em democracia, apontando-se 0,8% do PIB em 2023 e 0,2% em 2024.
[Notícia atualizada às 16h41]
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