Costa mantém aumento do IUC porque a sua escolha é "maior justiça social"

O primeiro-ministro defendeu hoje o aumento do Imposto Único de Circulação (IUC) para os carros anteriores a 2007 alegando que é preciso "fazer escolhas" e a sua recai na redução de impostos sobre os rendimentos de trabalhadores e pensionistas para "maior justiça social".

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Lusa
18/10/2023 16:52 ‧ 18/10/2023 por Lusa

Economia

OE2024

No regresso dos debates quinzenais, que têm agora um novo modelo, o presidente e deputado da IL, Rui Rocha, desafiou António Costa a recuar nesta medida de "crueldade fiscal" e que afeta as pessoas "mais desfavorecidas".

"Fazer política implica fazer escolhas. O senhor deputado tem que escolher, prefere mais 25 euros de IUC ou menos 874 euros de IRS", questionou António Costa, dando como o exemplo esta redução de IRS para um casal que tem dois filhos e cada um ganha 1.500 euros.

A escolha do primeiro-ministro, nas suas próprias palavras, "é muito simples".

"É que eu quero baixar os impostos sobre os rendimentos do trabalho e sobre os rendimentos dos pensionistas porque quero maior justiça social em Portugal", afirmou.

Segundo António Costa, a oposição "tem que decidir se a emergência climática é todos os dias ou é só à segunda, quarta e sexta-feira", referindo-se ao facto deste aumento do IUC resultar de uma componente ambiental.

A intervenção do presidente da IL tinha começado com uma referência às "seis versões diferentes" que o primeiro-ministro já tinha tido sobre a TAP e uma classificação da proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).

"Pimenta na língua, porque foi prometido que haveria uma redução de carga fiscal e o que temos é um aumento", acusou.

Rui Rocha criticou o Governo de António Costa por, há oito anos no poder, ter como marca as "promessas que nunca são cumpridas", dando como exemplos a atribuição de um médico de família para todos os portugueses, a "habitação condigna" para todos nos 50 anos do 25 de abril e o programa Creches para todos.

Rui Rocha perguntou a António Costa "quantos portugueses não terão médico de família em 2024" e se, "quando iniciar o ano letivo de 2024, quantos alunos iniciarão esse ano letivo sem professor pelo menos a uma disciplina".

António Costa respondeu que "este ano letivo iniciou com 98% dos horários preenchidos e, neste momento, mais de 20 mil lugares foram preenchidos nas diversas modalidades de preenchimento".

"Relativamente aos médicos de família, temos vindo a fazer a nossa trajetória, não ao ritmo que desejávamos", assumiu o primeiro-ministro, assegurando que, com a generalização do modelo B dos centros de saúde, este número "aumentará significativamente".

Sobre as críticas do presidente liberal relativamente às pessoas que vão horas para a porta do centro de saúde para conseguirem consultas, o primeiro-ministro disse não ignorar este problema, mas o "bom conselho" que dá aos utentes "é, que antes que saiam de casa, ligar para a linha Saúde 24", que tem "técnicos qualificados para responder" ao que "efetivamente precisam".

[Notícia atualizada às 18h57]

Leia Também: AO MINUTO: IUC? "Medida de crueldade fiscal"; "Só tenho uma cara"

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