Chinesa Country Garden falha pagamento de obrigação em dólares
A construtora chinesa Country Garden falhou hoje o prazo final para o pagamento do cupão de uma obrigação em dólares, segundo o jornal Financial Times, tornando-se na mais recente vítima da crise no setor imobiliário do país asiático.
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Economia Financial Times
Detentores de obrigações da empresa citados pelo jornal britânico afirmaram que não receberam o pagamento dos juros devidos até à meia-noite de terça-feira, correspondentes a uma obrigação no valor de 500 milhões de dólares, com vencimento em setembro de 2025.
A Contry Garden deveria ter efetuado um pagamento de 15,4 milhões de dólares esta semana.
Um porta-voz reiterou na quarta-feira que a empresa "não vai ser capaz de cumprir todas as suas obrigações de reembolso de dívida no exterior".
A Country Garden, a maior construtora de imobiliário da China em termos de vendas entre 2017 e 2021, tem estado a lutar para evitar o incumprimento há semanas.
O abrandamento do setor imobiliário na China, que se acelerou na sequência do incumprimento do grupo Evergrande em 2021, tem prejudicado as construtoras chinesas e pesado sobre o crescimento da economia chinesa.
Vários projetos permanecem inacabados e houve uma queda acentuada nas transações de imóveis e uma perda generalizada de confiança no setor, que gera mais de um quarto da atividade económica da China e é o mais importante veículo de investimento das famílias.
A economia chinesa superou as expectativas dos analistas ao crescer 4,9% em termos homólogos no terceiro trimestre do ano, revelaram dados oficiais divulgados na quarta-feira, mas o setor imobiliário continua sob pressão.
O investimento em imobiliário nos primeiros nove meses do ano registou uma contração de 9,1%, em termos homólogos.
A dívida da Country Garden emitida nos mercados internacionais ascende a 11 mil milhões de dólares, enquanto o passivo total da empresa era de cerca de 200 mil milhões de dólares no final de junho.
A situação da Country Garden é consequência direta de uma crise de liquidez sem precedentes no imobiliário da China, suscitada por uma campanha lançada por Pequim para reduzir os níveis de alavancagem no setor, que representa um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) chinês.
O grupo está presente sobretudo em cidades de pequena e média dimensão e emprega dezenas de milhares de funcionários.
A empresa consta na lista das 500 maiores empresas do mundo da Forbes e a sua chefe, Yang Huiyan, era até recentemente a mulher mais rica da Ásia.
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