Governo guineense cria estratégia para se aceder a sistema financeiro

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Geraldo Martins, presidiu hoje ao lançamento da estratégia nacional para que 90% da população tenha acesso ao sistema financeiro do país, que neste momento abrange apenas 18% dos guineenses.

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Lusa
31/10/2023 13:34 ‧ 31/10/2023 por Lusa

Economia

Guiné-Bissau

A estratégia nacional de inclusão financeira foi conjuntamente elaborada pelo Governo, através do ministério da Economia e Finanças, e o Banco Central de Estados da África Ocidental (BCEAO) para ser executada até 2027.

O primeiro-ministro enalteceu a importância da estratégia nacional de inclusão financeira, um documento, sustentou, que irá ajudar o país a "mitigar as desigualdades sociais".

"Faz parte dos objetivos do Governo garantir o desenvolvimento e a implementação de medidas que visem a promoção e o acesso adequado a serviços financeiros em função das necessidades da população em particular dos segmentos que têm sido excluídos do sistema bancário tradicional", afirmou Geraldo Martins.

O primeiro-ministro guineense reconheceu que ainda existe "um longo caminho a percorrer" até atingir a inclusão financeira, mas disse estar convencido que com o esforço de todos, nomeadamente dos parceiros de desenvolvimento, será possível executar a estratégia.

Martins notou que atualmente apenas 18% da população guineense possui conta bancária, que o país enfrenta uma "situação precária das microfinanças", mas observou que existe "uma tendência positiva" nas transações com a chamada "moeda eletrónica".

O primeiro-ministro guineense apenas se mostrou preocupado com o elemento crédito interno na estratégia, apresentada num hotel de Bissau, mas apelou a que sejam adotadas medidas de reforço de gestão e ainda do aumento da cultura financeira no país.

"O crédito constitui elemento crítico nesta estratégia na medida em que implica a necessidade do retorno e nessa linha competências de gestão", exortou Geraldo Martins.

Os principais grupos -alvo da estratégia são as populações rurais, pessoas com pouca educação financeira, pequenas e médias empresas bem como as mulheres e os jovens.

A representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Alexandra Cassaza, felicitou o Governo guineense "pelo empenho e determinação" na elaboração do documento e ainda enalteceu o facto de "pela primeira vez" ter sido criada na Guiné-Bissau uma instituição governamental para lidar com Economia Digital.

A responsável da ONU observou, no entanto, que a inclusão financeira é mais do que falar de uma conta bancária e frisou ser uma estratégia que pode possibilitar o crescimento do Produto Interno Produto em 2 a 3%.

Leia Também: Guiné Equtorial deve melhorar "ambiente de negócios distorcido", diz FMI

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