A construção da Linha Violeta do Metropolitano de Lisboa, aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros, contará com um investimento total de 527,3 milhões de euros.
Do investimento total, 390 milhões de euros serão provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência, na modalidade de empréstimo, e 137,3 milhões de euros do Orçamento do Estado, conforme explica o ministério do Ambiente e da Ação Climática em comunicado.
A Linha Violeta, que será um sistema de metro ligeiro de superfície, contará com um total de 17 estações e cerca de 11,5 quilómetros de extensão.
Nove estações da linha serão construídas no concelho de Loures, servindo as freguesias de Loures, Santo António dos Cavaleiros e Frielas. No total, 6,4 quilómetros da linha serão construídos neste concelho.
Já em Odivelas, servindo as freguesias de Póvoa de Santo Adrião e Olival de Basto, Odivelas, Ramada e Caneças, estarão os restantes 5,1 quilómetros de linha, com oito estações.
"O investimento engloba a conceção e a construção da infraestrutura ferroviária e o fornecimento de material circulante, bem como o reordenamento urbano envolvente no território dos dois municípios servidos, Loures e Odivelas", conclui a nota informativa.
Alvo de divergência
O modelo de financiamento desta linha estava a ser motivo de divergência entre o Governo e as câmaras de Loures e de Odivelas, do distrito de Lisboa, uma vez que a tutela pretendia que os municípios assumissem parte do investimento.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão (PS), congratulou-se com esta decisão do Governo, sublinhando que "estão reunidas as condições para a obra avançar".
"Finalmente temos já fechado todo o financiamento necessário a esta obra que é tão importante para os concelhos de Loures e de Odivelas. Com esta tomada de posição dá-se a garantia que finalmente se possa abrir concurso e se possa iniciar esta obra", afirmou o autarca.
Nesse sentido, Ricardo Leão, que na quarta-feira, durante uma reunião do executivo, tinha manifestado indisponibilidade para financiar parte da construção da linha Violeta, elogiou o modelo que foi encontrado pela tutela.
"Nunca escondi. Havia aqui uma divergência relativamente ao modelo de financiamento em que eu, assim como o presidente da Câmara de Odivelas, entendíamos que devia haver aqui o mesmo tratamento que houve, por exemplo, para o Metropolitano do Porto. Felizmente que o Governo também seguiu essa mesma linha", apontou.
Também em declarações à Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins (PS), destacou a importância desta obra para a mobilidade no concelho.
"Hoje é um dia muito importante para a expansão do metro. Representa um investimento muito importante na vida das pessoas e na qualidade de vida aqui na zona norte de Lisboa", sublinhou.
À semelhança do homólogo de Loures, Hugo Martins congratulou-se com o modelo de financiamento escolhido pelo Governo, uma vez que "não onera o orçamento" dos municípios.
"Conseguimos em conjunto, os municípios de Loures e de Odivelas, num esforço partilhado, que não onerasse os orçamentos municipais e que não colocasse maior pressão financeira sobre as contas das autarquias", apontou.
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