Discursando para algumas dezenas de apoiantes e militantes do PS numa unidade hoteleira em Beja, José Luís Carneiro indicou que este pacto, com três medidas, faz parte da sua moção estratégica, lembrando que as PME "são 97% das empresas" do país.
"A primeira variável é garantirmos que aqueles 2,5% que as empresas, quando pedem um empréstimo, pagam à mútua, a mútua é Estado, deixe de ser pago ao Estado, o que significa reduzir em um terço o custo de financiamento das PME", adiantou.
Outra proposta, assinalou, passa por uma "orientação política aos serviços da administração pública para que os reembolsos dos fundos europeus ocorram até ao limite máximo de 90 dias, permitindo criar liquidez e disponibilidade de tesouraria às empresas para investirem e honrarem os compromissos".
"A terceira dimensão é que os fundos europeus não executados possam ser redirecionados para investimento tecnológico e modernização das próprias empresas" e para "estímulos à fusão ou cooperação empresarial", referiu.
O candidato à liderança socialista salientou que os estímulos à cooperação empresarial visam "não apenas ganhos de escala no mercado nacional, mas para ganhos de escala no processo de internacionalização das empresas".
Este pacto, acrescentou, "é um passo em frente em relação ao apoio ao investimento privado".
Com os autarcas socialistas de Beja, Moura, Ourique e Ferreira do Alentejo na plateia, José Luís Carneiro insistiu que "o PS não pode ficar condicionado na sua autonomia estratégica" e deu como exemplo a crise política de 2021.
Considerando que PCP e Bloco de Esquerda faltaram ao compromisso com o PS e provocaram a rutura política e eleições, o atual ministro da Administração Interna reconheceu, porém, "a recuperação de direitos e de funções sociais do Estado, entre 2015 e 2019".
"Esta é a razão por que nós defendemos a autonomia estratégica do PS para sermos capazes de dialogar com os partidos à nossa esquerda no que tem que ver com o aperfeiçoamento do Estado Social, mas sejamos capazes também de construir com o centro político e democrático as soluções que permitem as reformas necessárias ao país", vincou.
Num discurso de mais de 40 minutos, Carneiro assumiu o compromisso de cumprir o Orçamento do Estado para 2024, aprovado hoje na Assembleia da República, sublinhando que "é um bom orçamento" e algumas das suas medidas.
A criação de um novo programa de construção a custos controlados e de um fundo de investimento público financiado pelo 'superavit' orçamental e a valorização do Aeroporto de Beja e das infraestruturas rodoviárias foram outras das propostas.
O atual ministro da Administração Interna tem como adversários na corrida à liderança do PS o deputado e ex-ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos e o dirigente Daniel Adrião nas eleições internas do partido que estão marcadas para 15 e 16 de dezembro.
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