Euribor já está abaixo de 4%, mas quando é que a prestação da casa baixa?
Ainda serão necessários alguns meses até que as famílias comecem a pagar menos pela prestação da casa.
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Economia Crédito à habitação
A taxa Euribor subiu, na segunda-feira, a três meses e desceu a seis e a 12 meses face a sexta-feira e ficou abaixo de 4% nos três prazos pela primeira vez desde 14 de setembro. Afinal, quando é que a prestação da casa pode aliviar à boleia da redução das Euribor? As previsões apontam para a segunda metade do próximo ano.
"Vamos simplificar: quem vai rever agora em dezembro e tem uma Euribor a 12 meses, vai ter um aumento, apesar dela ter descido em relação ao mês passado. Porque vai comparar com o valor da Euribor de há um ano, que era um valor que estava abaixo dos 3%. As famílias só irão, então, começar a sentir esta eventual descida - confirmando-se esta tendência de descida - eu diria, a partir do segundo semestre de 2024", disse Nuno Rico, economista da DECO Proteste, em declarações à SIC Notícias.
Pico máximo da Euribor já foi atingido?
Com as alterações do início desta semana, a Euribor a três meses, que subiu para 3,962%, ficou acima da de seis meses (3,945%) e da de 12 meses (3,794%).
Em novembro, a média mensal subiu ligeiramente no prazo mais curto e desceu nos dois prazos mais longos, com o mercado a indicar acreditar que o pico máximo da Euribor já foi atingido.
A média da Euribor em novembro subiu 0,004 pontos para 3,972% a três meses (contra 3,968% em outubro), e desceu 0,050 pontos para 4,065% a seis meses (contra 4,115%) e 0,138 pontos para 4,022% a 12 meses (contra 4,160%).
A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, baixou hoje para 3,794, menos 0,108 pontos do que na sexta-feira, depois de ter subido em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008.
Depois de ter recuado em agosto, a média da Euribor a 12 meses desceu em novembro pela segunda vez no atual ciclo de subidas.
Segundo dados do Banco de Portugal referentes a setembro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 38,1% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 35,7% e 23,4%, respetivamente.
No mesmo sentido, no prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, baixou hoje, para 3,945%, menos 0,059 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
A descida da média da Euribor a seis meses em novembro foi a primeira mensal no atual ciclo de alta.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses avançou hoje face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,962%, mais 0,002 pontos, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na mais recente reunião de política monetária, em 26 de outubro, em Atenas, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela primeira vez desde 21 de julho de 2022, após 10 subidas consecutivas.
A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a última deste ano, realiza-se em 14 de dezembro.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Leia Também: Euribor está abaixo de 4% nos três prazos (pela 1.ª vez desde setembro)
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