Amortizações de títulos superaram emissões em 8,7 mil milhões em outubro
As amortizações de títulos pelos setores da economia superaram as emissões de títulos da dívida em 8.689 milhões de euros em outubro, informou hoje o Banco de Portugal (BdP), que destacou as amortizações pelas administrações públicas.
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Economia BdP
"No final de outubro de 2023, o valor total de títulos emitidos por entidades residentes era de 453,6 mil milhões de euros (menos 7,2 mil milhões de euros do que no final do mês anterior): 265,3 mil milhões de euros correspondiam a títulos de dívida e 188,3 mil milhões de euros a ações", referiu o BdP numa nota de informação estatística hoje divulgada.
Para esta redução do 'stock' de títulos emitidos, o regulador destaca que as amortizações foram superiores às emissões em quase 8,7 mil milhões de euros.
O segmento das administrações públicas foi o que mais contribuiu para esta redução, tendo amortizado mais 9.379 milhões de euros em títulos que o que emitiu -- atingindo o maior valor da série publicada --, "destacando-se a amortização de obrigações do Tesouro emitidas em 2008 cuja maturidade foi atingida em outubro".
Por outro lado, o setor financeiro e as empresas não financeiras tiveram as emissões de títulos a superarem as amortizações em, respetivamente, 622 milhões de euros e 68 milhões de euros.
Na nota de informação, o banco central acrescenta que no final de outubro estavam previstas, nos 12 meses seguintes, amortizações de 32,8 mil milhões de euros, o que corresponde a 12,4% dos 265,3 mil milhões de euros de títulos de dívida vivos naquela data.
As administrações públicas tinham calendarizado amortizações, para fevereiro e outubro de 2024, 6,1 milhões de euros e 3,3 mil milhões de euros, respetivamente.
Já o setor financeiro estimava a amortização de 3,2 mil milhões de euros em outubro de 2024.
As empresas não financeiras previam amortizar 5,0 mil milhões de euros em novembro deste ano.
No caso das empresas não financeiras, as amortizações previstas "correspondiam, em larga medida, a papel comercial, um instrumento de financiamento de curto prazo muito utilizado pelas empresas portuguesas e que é habitualmente objeto de renovação, isto é, de amortização acompanhada de nova emissão, igualmente de curto prazo".
"É, por isso, uma situação normal registar-se, sistematicamente, um valor elevado de amortizações calendarizadas para os 30 dias após o fim do mês", sublinhou.
O comunicado analisa, também, a carteira dos bancos em título de dívida.
Este totalizava, no final de outubro, cerca de 122,1 milhões de euros, 45% dos quais correspondiam a títulos emitidos por administrações públicas nacionais e estrangeiras.
O regulador bancário analisa ainda que os bancos "têm vindo a alterar a estrutura da sua carteira de títulos de dívida pública".
"Os títulos de dívida pública portuguesa perderam preponderância em relação aos títulos de dívida pública de outros países", assinala o BdP, que aponta que a dívida portuguesa representava, no final de outubro, 40% da carteira dos bancos residentes, contra 71% no final de 2017.
O BdP atualiza as estatísticas de emissões de títulos em 09 de janeiro do próximo ano.
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