O país de 53 milhões de habitantes, potência económica da África Oriental, está agora "fora do perigo de sobre-endividamento", disse o chefe de Estado em Nairobi, numa cerimónia pública que assinalou os 60 anos de independência da antiga colónia britânica.
"Fizemos as escolhas certas, por vezes tomando decisões muito difíceis e dolorosas, para afastar o Quénia do precipício de uma dívida catastrófica e colocar o nosso país num novo rumo", afirmou.
Ruto não deu números sobre o nível atual da dívida pública, mas salientou que o produto interno bruto (PIB) cresceu 5,4% nos últimos seis meses.
A economia queniana foi seriamente abalada pela Covid, depois pelas ondas de choque da guerra na Ucrânia e por uma seca histórica no Corno de África, o que resultou em cofres vazios, inflação galopante e uma moeda em queda.
No final de junho, a dívida pública do país ascendia a mais de 10.100 mil milhões de xelins (64,4 mil milhões de euros), segundo os dados do Tesouro queniano, ou seja, cerca de dois terços do produto interno bruto.
O custo do serviço da dívida pública, principalmente à China, aumentou acentuadamente com o colapso da moeda queniana. Além disso, em junho de 2024, o Quénia deverá reembolsar dois mil milhões de dólares em euro-obrigações.
Após a sua eleição em agosto de 2022, William Ruto introduziu uma série de novos impostos, contrariando as suas promessas de campanha. Entre março e julho, foram organizados protestos da oposição contra estas novas medidas fiscais, que resultaram em dezenas de mortos.
O chefe de Estado também reduziu os subsídios - nomeadamente à gasolina - introduzidos pelo seu antecessor Uhuru Kenyatta, alegando que preferia subsidiar a produção em vez do consumo.
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