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Farfetch vai sair da bolsa de Nova Iorque. Administração demite-se

Todos os membros da administração apresentaram a sua demissão, à exceção de José Neves.

Farfetch vai sair da bolsa de Nova Iorque. Administração demite-se
Notícias ao Minuto

19:55 - 18/12/23 por Marta Amorim

Economia Farfetch

Depois de a Coupang, uma empresa de e-commerce sul-coreana, ter revelado esta segunda-feira uma oferta de aquisição pela Farfetch, a empresa anunciou a demissão de toda a administração da empresa de e-commerce de bens de luxo, com exceção de José Neves.

De acordo com um comunicado da Farfetch, "a demissão dos diretores independentes não resulta de qualquer desacordo com a Farfetch Limited ou com as suas operações, políticas ou práticas".

"Os administradores independentes desejam à Coupang, à Greenoaks e ao negócio Farfetch todo o sucesso", acrescenta-se ainda. Após estas demissões, na direção fica apenas José Neves.

Depois de concluída a venda, "a Farfetch espera que os detentores de ações de classe A e B e dívida convertível não recuperem qualquer desse investimento. A Farfetch espera também deixar de estar cotada na bolsa de Nova Iorque e ser liquidada", refere a empresa. 

Pode ainda ler-se que, recentemente, a empresa esteve envolvida num "processo exaustivo e alargado para garantir liquidez adicional à Farfetch Limited e às suas filiais", sendo que, "sem essa liquidez, a Farfetch Limited e as suas filiais não teriam podido manter-se em atividade".

Mais ainda, "o Conselho de Administração congratula-se com o facto de a Farfetch Holdings ter conseguido assegurar uma solução que garante a continuidade das suas atividades e que continuará a servir a rede de marcas, boutiques e consumidores que dependem diariamente da Farfetch Marketplace."

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Após dois anos de lucro em 2021 e 2022, beneficiando do 'boom' do comércio 'online' durante a pandemia, a plataforma de venda de marcas de luxo fundada em 2008 por José Neves - com sede fiscal em Londres e que foi o primeiro "unicórnio" português ('startup' avaliada em mais de mil milhões de euros) - voltou aos prejuízos nos últimos quatro trimestres.

No segundo trimestre deste ano, a empresa reportou perdas de 258 milhões de euros (281,3 milhões de dólares), face ao lucro de 62 milhões de euros (67,6 milhões de dólares) do período homólogo, tendo as receitas caído para 526 milhões de euros (572 milhões de dólares, face a 579 milhões no período homólogo) e o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) ajustado do grupo piorado para 28 milhões de euros negativos (30,5 milhões de dólares negativos).

A mais recente apresentação de resultados da Farfetch, relativos ao terceiro trimestre deste ano, estava prevista para o passado dia 29 de novembro, altura em que se esperavam também novidades ao nível da estratégia e gestão, mas foi desmarcada pela empresa, que remeteu para "devido tempo" uma atualização ao mercado.

Leia Também: Combustíveis, Farfetch e mais: Os 5 temas que marcam esta 2.ª-feira

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