Veículos do 'metrobus' do Porto só vão chegar perto do final do ano
Os veículos do 'metrobus' do Porto só vão chegar perto do final do ano, já depois das obras do primeiro troço estarem concluídas, o que obrigará a adaptações no arranque, disse aos jornalistas o presidente da Metro do Porto.
© CM Porto
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"Os veículos, nós só vamos receber mais para o final do ano. Vamos arranjar uma alternativa para operar o canal", disse aos jornalistas, em Nantes, França, Tiago Braga, ladeado pela presidente da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), Cristina Pimentel, e por Joana Barros, arquiteta responsável pelo projeto do 'metrobus'.
O presidente da Metro do Porto falava no âmbito de uma visita de equipas da Metro, STCP e da Câmara do Porto a Nantes, cidade francesa pioneira na implementação do 'metrobus', um serviço que, no Porto, circulará numa via dedicada na Avenida da Boavista e em convivência com os automóveis na Marechal Gomes da Costa.
Ao contrário do que acontece em Nantes, no Porto as estações de 'metrobus' estarão ao centro da via, o que significa que os autocarros que operarão o serviço terão portas do lado esquerdo, ao contrário do que acontece nos autocarros normais.
Questionado acerca da necessidade de recorrer, num primeiro momento (em junho/julho, data da inauguração do serviço Casa da Música - Império), aos autocarros convencionais com portas à direita, Tiago Braga explicou que "é possível fazer cruzamentos dentro do canal" do 'metrobus' para garantir o acesso às estações.
Joana Barros explicou que os cruzamentos serão feitos "imediatamente antes e depois das estações", ou seja, até os verdadeiros 'metrobus' estarem em operação, os autocarros tradicionais circularão no canal do 'metrobus', mas cruzarão as vias em sentido contrário apenas para efeito de embarque e desembarque de passageiros.
Os dez veículos do serviço, esteticamente semelhantes aos do metro convencional, serão construídos pelo consórcio que integra a CaetanoBus e a DST Solar, num contrato adjudicado por 29,5 milhões de euros.
Questionado acerca de projetos noutras cidades francesas, como Montpellier ou Pau, em que a utilização do hidrogénio foi abandonada, Tiago Braga disse que o problema, nesses casos, "não tinha a ver com a eficiência", mas sim com os custos, dizendo que "os veículos funcionavam muito bem, tinham fiabilidade, não tinham problemas de manutenção".
"Eles compravam hidrogénio e o nosso sistema foi montado de forma a não comprar hidrogénio. Nós alocámos uma parte muito significativa daquilo que eram os recursos financeiros de que dispúnhamos para sermos completamente independentes do mercado de hidrogénio. Vamos desenvolver um sistema em que nós próprios vamos produzir o hidrogénio", explicou Tiago Braga.
Na prática, serão instalados painéis solares nas estações de recolha da STCP na Areosa, Francos e Via Norte que produzirão energia para abastecer eletrolisadores que, fazendo a eletrólise da água, produzirão o hidrogénio necessário para abastecer os autocarros do 'metrobus', podendo o excedente, posteriormente, abastecer outros veículos.
De acordo com o presidente da Metro, o mecanismo de produção deste hidrogénio 'verde' irá "reduzir quase a zero aquilo que é o custo da operação do ponto de vista da energia".
"Fizemos uma aposta clara, sabemos os riscos que estamos a correr porque estamos a ser disruptivos, estamos a liderar, à escala quase global, porque não há nenhuma operação que tenha sido feita desta forma", num modelo de "360 graus" totalmente renovável, salienta Tiago Braga.
O novo serviço da Metro do Porto ligará a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17) em 2024, com recurso a autocarros a hidrogénio, estando previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço, e na secção até Matosinhos adicionam-se Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Praça Cidade do Salvador (Anémona).
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