Segundo disse Célia Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) à Lusa, no dia 22 de janeiro, um plenário de trabalhadores da Silopor, empresa de silos portuários, decidiu "avançar com uma greve", tendo em conta algumas "premissas essenciais", que dizem não estarem a ser atendidas.
"A primeira prende-se com o facto de a empresa continuar a ter cerca de 30% dos seus trabalhadores" em empresas de trabalho temporário, indicou a sindicalista, salientando que "a primeira exigência é a integração destes trabalhadores".
"Depois temos a questão do aumento salarial, porque de facto, o despacho do ministro [das Finanças] vem de alguma forma limitar" este processo, "na medida em que define que são 3% mínimo para cada trabalhador, mas que refere também que a massa salarial não pode subir mais que os 5%", indicou Célia Lopes.
A dirigente do CESP recordou que "estes 5% de aumento da massa salarial incluem eventuais acréscimos dos salários dos trabalhadores por via de promoções automáticas", sendo que "como há 32 trabalhadores, ou seja, cerca de 40% do universo trabalhadores da empresa, que tem uma promoção automática a ocorrer este ano" o resultado é que "são os trabalhadores que não vão ter aumentos que irão pagar as promoções dos colegas".
Outra exigência "prende-se com a valorização da carreira profissional, já que a carreira prevista no acordo de empresa é muito longa, ou seja, os trabalhadores podem levar, na maioria dos casos, seis anos a ser promovidos, estagnados num determinado nível", lamentou.
Só a resolução destas matérias poderia levar à desconvocação da greve, indicou, sendo que os trabalhadores decidiram também que "seria feito o envio formal das principais premissas que estão a nortear a greve e daquelas que são as exigências dos trabalhadores" à Comissão Liquidatária da Silopor.
Apesar de estar em liquidação há vários anos, a empresa tem resultados positivos, o que levou o Governo a autorizar a abertura de negociações com os trabalhadores.
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