BPI com menos 141 trabalhadores em 2023 e prevê mais saídas

O BPI fechou o ano de 2023 com menos 141 trabalhadores e prevê continuar a reduzir o seu quadro de pessoal no futuro, disse hoje o presidente do banco, que recusou a "diabolização do banqueiro".

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Lusa
05/02/2024 16:56 ‧ 05/02/2024 por Lusa

Economia

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O BPI terminou 2023 com 4.263 trabalhadores em Portugal, menos 141 em termos líquidos (ou seja, saíram mais pessoas do que as contratadas) do que no final de 2022.

Segundo a apresentação de resultados do banco (lucros de 524 milhões de euros), no ano passado foram gastos 32 milhões de euros com reformas antecipadas e rescisões por acordo com trabalhadores.

Na conferência de imprensa hoje, em Lisboa, questionado sobre a saída de pessoas, o presidente do BPI disse que faz parte do processo de transformação do banco, que nos últimos anos vem reduzindo a rede comercial (o BPI tinha 316 agências em 2023, menos oito do que em 2022) e tem cada vez mais processos robotizados. Além disso, acrescentou, o banco quer rejuvenescer a sua equipa, pelo que têm saído trabalhadores mais velhos e tem contratado mais jovens (e com mais formação em áreas tecnológicas).

João Pedro Oliveira e Costa afirmou que entraram 130 novos trabalhadores em 2023. Assim, sendo o saldo líquido entre entradas e saídas de 141, significa que terão saído cerca de 300 funcionários.

O gestor afirmou ainda que o banco continuará a reduzir o quadro de pessoal, justificando que a previsível redução dos lucros (e já este ano) levará a ter de melhorar custos de funcionamento e eficiência.

Sobre a proposta de aumentos salariais da banca para este ano, de 2%, que os sindicatos da UGT consideraram "indecorosa", o gestor disse valorizar a função dos sindicatos, mas não se rever num tipo de discurso público que considerou agressivo.

"Eu não concordo que isto faça parte de pressões. Tenho uma lógica de sociedade diferente, essa sociedade de luta de classes acabou lá atrás, temos de construir outra sociedade, com outro tipo de diálogo, de menos diabolizações de banqueiros, do tipo que não tem sensibilidade", afirmou.

Oliveira e Costa sublinhou que o banco não paga só os aumentos salariais acordados mas também atribui prémios e promoções.

Questionado sobre as críticas públicas aos lucros dos bancos quando clientes passam dificuldades para pagar créditos (em ambos os casos devido sobretudo às altas taxas de juro), o gestor considerou que a "pergunta denota ideologia" e que "ter lucros não é um aspeto negativo desde que se pague os devidos impostos".

João Pedro Oliveira e Costa disse que os bancos "durante anos trabalharam com taxas de juro negativas e não sentiram emoção" por parte da opinião pública e que também são os bancos que pagam o Fundo de Resolução bancário (que financia resgates bancários) e o imposto extraordinário de solidariedade (que vigora desde a crise da covid-19).

"A pergunta que eu faço é se merecemos algum castigo e eu penso que não, pelo contrário. Os bancos têm feito trabalho, dentro de um país que progride de forma positiva, e contribuem para que pessoas tenham uma casa [...]. Acho injusto falar dos bancos como não tenham um contributo muito positivo para Portugal, para a sociedade, para as empresas e com grande sensibilidade", considerou.

Para o gestor, a função social do seu banco fica demonstrada quando, apesar das grandes taxas de juro que colocam pressão sobre as prestações, o BPI não ficou com nenhuma casa por não pagamento por parte do cliente.

As declarações de Oliveira e Costa estão alinhadas com as do presidente do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida, que na semana passada, questionado sobre como explica aos portugueses os lucros recorde quando há a perceção pública de muitos clientes bancários de que os bancos fazem dinheiro com os seus sacrifícios, afirmou que a quem deve explicações é sobretudo aos acionistas e aos clientes.

"Já expliquei que o que devemos à sociedade são os impostos que pagamos", vincou.

Leia Também: Declaração automática do IRS alargada a quem tem certificados de reforma

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