No relatório mensal sobre o mercado petrolífero, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) confirma a sua previsão de que a procura aumentará 2,2% este ano, para 104,4 milhões de barris por dia (mbd), no que descreve como uma consequência do "crescimento económico robusto esperado para este ano".
Em 2025, esta tendência manter-se-á, com "um saudável" aumento de mais 1,7% e um volume total de consumo de 106,6 mbd.
A OPEP recorda que os níveis de consumo pré-covid-19 já foram ultrapassados em 2022, o que provocou um colapso da procura, e que em 2023 houve outra forte recuperação quando abrandaram as restrições que a China tinha mantido para conter a pandemia.
Neste contexto, os especialistas da OPEP indicam que a China irá impulsionar o crescimento da procura este ano, com um consumo previsto de quase 17 mbd, mais do que todos os países industrializados da Europa juntos.
Juntamente com a Índia, o país onde a procura crescerá mais proporcionalmente, os dois gigantes asiáticos queimarão 22,4 mbd, significativamente mais do que os Estados Unidos, que continuam a ser a economia mais forte do mundo.
No total, os países mais industrializados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) consumirão em 2024 apenas 46% de todo o petróleo, uma percentagem que cairá para 43% no ano seguinte.
De acordo com as previsões da OPEP, o consumo nos países ricos da Europa aumentará apenas uns marginais 0,03% este ano e 0,12% em 2025, enquanto nos EUA a procura crescerá 0,85% e 0,21%, respetivamente.
No que se refere à América Latina, o grupo petrolífero prevê que o crescimento económico se mantenha este ano e no próximo.
"No geral, espera-se que a boa saúde da atividade económica, combinada com a melhoria da atividade industrial e do transporte aéreo em 2024, apoie um crescimento da procura de petróleo de 190.000 barris por dia numa base anual", assinala a OPEP.
Por setor, os analistas da OPEP esperam que, este ano, o consumo de combustíveis para transportes impulsione o crescimento da procura.
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