"O risco mais tangível a curto prazo é um potencial atraso na implementação do Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal, especialmente se a formação de governo se arrastar ao longo do tempo ou se o próximo governo tiver vida curta e desencadear eleições antecipadas relativamente cedo", refere a DBRS, num comentário sobre as eleições legislativas de 10 de março.
No comentário (que não constitui uma ação de 'rating'), a DBRS mostra-se convicta que o futuro governo não irá ser disruptivo na condução da política orçamental.
"Vemos riscos limitados para os esforços de redução da dívida pública de Portugal nos próximos anos, independentemente de qual partido liderar o próximo governo", pode ler-se na análise.
A DBRS não espera, assim, "que o próximo governo, quer seja liderado pela AD [Aliança Democrática] ou pelo PS, se desvie de um compromisso de uma década relativamente a uma política orçamental prudente e à redução da dívida".
Assinala ainda que o processo de iniciar a privatização da TAP foi suspenso pela queda do Governo socialista de António Costa, mas acredita que "provavelmente será reiniciado após a formação de um novo governo".
"A reativação do processo de privatização da TAP poderá proporcionar outro impulso favorável para a redução da dívida pública de Portugal, no entanto, não esperamos que isso altere materialmente a trajetória", indica.
A agência considera que nenhum dos partidos irá conseguir maioria absoluta no parlamento, mas "a ascensão do Chega nas sondagens de opinião poderá dar-lhe a oportunidade de aderir a uma coligação de direita liderada pela AD ou de facilitar um governo minoritário da AD".
A DBRS confirmou, em janeiro, o 'rating' de Portugal em 'A', mantendo ainda o 'outlook' (perspetiva) 'estável'.
O 'rating' é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.
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