O primeiro-ministro, Li Qiang, deve anunciar os objetivos económicos do Governo chinês para 2024 na abertura da sessão anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo da China.
No ano passado, a economia chinesa cresceu 5,2%, de acordo com dados oficiais, ultrapassando o objetivo oficial de "cerca de 5%" fixado pelas autoridades.
Para Huang Wentao, economista-chefe da empresa de assessoria financeira China Securities, esta medida vai ajudar a "melhorar as expectativas e a aumentar a confiança", uma opinião partilhada por Luo Zhiheng, que ocupa o mesmo cargo no Yuekai Securities e acredita que o objetivo "pode aliviar as tendências negativas na economia real, as recentes quedas nos mercados de capitais e a ansiedade social".
Zhang Jun, economista-chefe do China Galaxy Securities, disse que a fixação da meta em 5% "mostraria que o Governo tem confiança no crescimento económico", à medida que o peso da crise imobiliária na economia se dissipe e o setor industrial e o consumo apoie a recuperação.
Zhang acrescentou que o Governo vai fixar o objetivo do défice oficial em 3,5%, aumentando em meio ponto relativamente ao ano passado, aumentado no final de outubro para um valor recorde de 3,8%, devido a uma emissão especial de obrigações.
As expectativas de crescimento dos analistas inquiridos pelo Yicai estão em linha com outra sondagem divulgada hoje pela agência Bloomberg, também com base em sondagens de 27 economistas, a maioria dos quais espera que Pequim reponha o objetivo em "cerca de 5%".
Nos últimos dias, economistas de empresas como a Natixis, a UBS, a Moody's Analytics e a Capital Economics também apostaram neste valor, com esta última a sublinhar que seria uma decisão "bastante ambiciosa".
A consultora Oxford Economics distanciou-se e colocou a previsão um pouco mais baixa, num intervalo "entre 4,5 e 5%".
A facilidade de atingir uma taxa de crescimento de 5% não será a mesma do ano passado devido ao efeito de base comparativa, uma vez que em 2022 o produto interno bruto (PIB) da segunda maior economia do mundo cresceu apenas 3%, face às duras restrições e confinamentos impostos pela política chinesa durante a pandemia da covid-19.
As últimas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM) apontam para um crescimento económico da China este ano entre 4,6% e 4,5%, respetivamente.
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