O aumento dos gastos, para 1,665 biliões de yuans (213,242 mil milhões de euros) surge num período de tensões no mar do Sul da China e no estreito de Taiwan.
As tensões têm sido particularmente significativas com as Filipinas, que reforçaram a aliança militar com Washington para travar as ambições da China, o que levou a confrontos entre navios de ambos os países nos últimos meses, suscitando preocupações sobre potenciais combates armados na região.
Sobre Taiwan, Pequim considerou que o Partido Democrático Progressista (DPP, pró-independência), que está no poder há oito anos e vai continuar a estar depois de ter vencido as recentes eleições presidenciais, está a deitar achas para "a fogueira acesa pelos separatistas", ao aumentar também o orçamento de Defesa da ilha e ao assinar acordos para receber armas dos Estados Unidos.
O primeiro-ministro chinês afirmou, no relatório sobre o trabalho do Governo, que a China "vai opor-se resolutamente" a qualquer "atividade secessionista que vise a 'independência de Taiwan'", bem como à "interferência de forças externas" na ilha, que é autónoma desde 1949 e cuja soberania é reivindicada por Pequim.
"Promoveremos o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do estreito, mas defenderemos a grande causa firme e imutável da reunificação da nossa pátria. Aprofundaremos o desenvolvimento integrado das duas partes e aumentaremos o bem-estar dos nossos compatriotas de Taiwan", afirmou Li Qiang.
À margem da reunião, Li afirmou que a China vai prosseguir uma "política externa independente" e um "desenvolvimento pacífico" baseado na abertura e na cooperação.
"A China procura promover uma multipolarização global igualitária e uma globalização económica inclusiva da qual todos possam beneficiar", afirmou.
Li disse ainda que o país "vai lutar" contra o que considera "atos de hegemonismo e autoritarismo", e trabalhar com a comunidade internacional para implementar a Iniciativa de Desenvolvimento Global, concebida pelo gigante asiático e destinada a acelerar a implementação da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável.
A China vai também promover a Iniciativa de Segurança Global proposta pelo Presidente chinês, Xi Jinping, que se opõe à utilização de sanções na cena internacional e de alianças entre blocos.
De acordo com especialistas citados nos últimos dias pelo jornal oficial Global Times, o orçamento da Defesa - que surge após a purga de vários oficiais militares de alta patente e a demissão, em outubro, do anterior ministro - procura "satisfazer as necessidades do país face a um ambiente de segurança desafiante".
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