Recondução de Luís Rodrigues à frente da TAP decidida depois das eleições

O presidente da TAP, Luís Rodrigues, cujo mandato terminou no final de 2024, cumpre esta semana dois anos à frente da companhia e a recondução só será decidida após as eleições.

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© Leonardo Negrão / Global Images

Lusa
16/04/2025 14:37 ‧ há 2 dias por Lusa

Economia

TAP

A permanência de Luís Rodrigues à frente da TAP não foi confirmada até ao momento quer pelo gestor, quer pelo Governo que prefere deixar a decisão para a próxima legislatura.

 

No final do ano passado, com o mandato prestes a terminar e questionado sobre a sua continuidade, o líder da companhia aérea referiu apenas que a relação da atual administração com a tutela política, o Ministério das Infraestruturas, "será sempre ótima" tendo desvalorizado uma decisão sobre esta matéria.

"Estamos tranquilamente a fazer o nosso trabalho e acreditamos que este tema será resolvido quando o acionista também entender", disse num encontro com jornalistas.

Questionado pela Lusa, o gabinete do ministro Miguel Pinto Luz esclareceu que "face ao contexto atual, a área governativa das Infraestruturas e Habitação não pretende avançar com nomeações de gestores públicos até ao final da vigência deste Governo".

O trajeto do Luís Rodrigues à frente da TAP, desde que tomou posse em 14 de abril de 2023, ficou marcado pelo lucro recorde de 177,3 milhões de euros alcançado no final desse ano e pela missão de manter a transportadora fora das notícias, numa altura que decorria a comissão de inquérito no âmbito da polémica indemnização que levou à demissão da antiga presidente executiva, Christine Ourmières-Widener.

Além destes feitos, conseguiu gerar consenso entre os 13 sindicatos que representam os trabalhadores da empresa, alcançando a tão desejada paz social.

Transitando da companhia aérea açoriana SATA que, tal como a TAP, recebeu uma ajuda estatal e foi alvo de uma reestruturação, Luís Rodrigues herdou um pesado dossiê laboral quando assumiu os comandos da companhia num contexto de grande instabilidade social, após meses de braço de ferro entre sindicatos e a anterior gestão.

No dia em que regressou à TAP, onde já tinha sido administrador executivo entre 2009 e 2014, Luís Rodrigues anunciou que a prioridade passava por reunir com os representantes sindicais e olhar para o dossiê dos cortes salariais, aplicados no âmbito da reestruturação e fixados em 20% para salários acima de 1.520 euros.

"Eu não sou um jogador de futebol, nem uma estrela de cinema. Sou um tipo que está aqui a trabalhar e que tem de resolver os problemas dos passageiros e dos trabalhadores", disse Luís Rodrigues aos jornalistas que o esperavam à porta da empresa no primeiro dia em que assumiu a presidência da empresa.

A postura do gestor, elogiada por praticamente todos os sindicatos, conduziu à aprovação de novos acordos de empresa e, assim, pôr fim aos cortes salariais aplicados no âmbito do plano de reestruturação. Porém, este segundo ano do mandato ficou marcado por algumas mudanças.

O gestor cumpriu o objetivo de manter a TAP na rota dos lucros, ao alcançar 53,7 milhões de euros, mas enfrentou ameaças do fim da paz social e da redução dos lucros com eventuais indemnizações que poderá ter de pagar a alguns tripulantes de voo.

Em fevereiro, o sindicato que representa os tripulantes de voo da TAP (Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil - SNPVAC) revelou ainda que foi surpreendido com a apresentação de uma nova tabela de ajudas de custos, que contempla a redução em vários destinos, e falou mesmo em fim da paz social.

Além disso, este ano enfrentou a greve realizada pelo sindicato de pilotos da Portugália (SIPLA), empresa que recentemente transitou da TAP SGPS para a TAP SA no âmbito da reprivatização da companhia aérea que, com a queda do Governo de Luís Montenegro, voltou a ser adiada.

Estas mudanças aconteceram depois do pelouro dos recursos humanos, assumido por Luís Rodrigues quando tomou posse, ter passado no início deste ano para o administrador financeiro, Gonçalo Pires. Alterações que têm gerado críticas por parte de algumas entidades sindicais.

Leia Também: TAP confiante nas rotas dos EUA apesar de políticas de Trump

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