Numa conferência de imprensa à margem da sessão anual da Assembleia Popular Nacional (APN), Pan afirmou que o banco central pode dar-se ao luxo de efetuar novas reduções na percentagem de fundos que um banco não pode emprestar, porque a atual média de 7% na China é "ainda elevada" em comparação com outros países.
No final de janeiro, as autoridades chinesas anunciaram, de surpresa, a redução das taxas de juro de referência, a fim de libertarem o equivalente a cerca de 130 mil milhões de euros em liquidez de longo prazo para os mercados.
O diretor do banco central da China afirmou que o país ainda dispõe de uma "ampla margem de manobra" em termos de política monetária e que a "caixa de ferramentas" à sua disposição continua a ser "profunda".
Perante as ameaças de deflação decorrentes da baixa procura na China, o governador disse que a instituição vai também concentrar-se na tentativa de estabilizar e aumentar os preços.
A política monetária da China "continuará a equilibrar as expectativas de curto e longo prazo, a mitigar os riscos, a ter em conta o ambiente interno e externo, a criar um ambiente previsível e a manter os preços a níveis estáveis", disse o governador, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.
Sobre a taxa de câmbio da moeda chinesa, o yuan, Pan disse que esta pode ser mantida numa "estabilidade básica" este ano devido à possível mudança de tendência entre os principais bancos centrais, à inércia mais lenta do índice do dólar ou à "melhoria" dos fundamentos da economia chinesa.
Na conferência de imprensa, Pan revelou ainda a criação de dois novos instrumentos de crédito para apoiar a inovação tecnológica e apontou também para uma maior restritividade do crédito para os setores com excesso de capacidade.
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