Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Impresa adianta que "registou resultados líquidos negativos de 2,0 milhões de euros, que comparam com o resultado líquido positivo de 1,1 milhões de euros no período homólogo do ano anterior" e que o "resultado líquido ajustado dos custos de reestruturação foi positivo no montante de 1,4 milhões de euros".
As receitas totais "atingiram 182 milhões de euros, refletindo um decréscimo de 1,8% comparativamente ao valor registado no período homólogo" e os custos operacionais, "não obstante a pressão inflacionista, diminuíram 1,1%".
Se se excluir "os custos de reestruturação, os custos operacionais desceram 1,8%", adianta a Impresa.
O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) "cifrou-se em 15,4 milhões de euros, registando um decréscimo de 8,0% face a 2022".
Sem considerar os custos de reestruturação, "o EBITDA recorrente foi 18,8 milhões de euros, ou seja, 1,3% inferior a 2022".
A dívida remunerada líquida da Impresa "situou-se em 115,5 milhões de euros no fecho de 2023".
Comparada com 2022, "este indicador aumentou 8,2 milhões de euros, mas, ainda assim, trata-se do segundo ano de menor nível de endividamento desde 2005, ano em que a Impresa passou a deter 100% do capital da SIC".
Tendo em consideração "a atual estrutura de financiamento do grupo, os resultados financeiros, apesar de agravados, refletem uma evolução menos penalizante que a média da subida das principais taxas indexantes em 2023".
Na televisão, as receitas caíram 2,4% para 156 milhões de euros e o EBITDA diminuiu 2,8% para 16,6 milhões de euros.
Os custos operacionais recuaram 2,3% para 139,5 milhões de euros.
"Os canais por subscrição alcançaram uma quota de mercado de 4% no acumulado do ano, o que representa uma subida de 0,2 pontos percentuais face a 2022", adianta a Impresa.
O EBITDA no segmento publishing recuou 24,9% para 1,8 milhões de euros, "valor que, sem considerar os custos de reestruturação, ascendeu a 2,5 milhões de euros".
Os custos operacionais cresceram 4,1% para 22,9 milhões de euros, "justificado principalmente pelo aumento de preço de papel do jornal Expresso".
"No ano em que o Expresso comemorou o seu 50.º aniversário, as receitas da Impresa Publishing aumentaram pelo terceiro ano consecutivo, atingindo 24,7 milhões de euros, um crescimento de 1,3% em 2023 e o melhor valor desde 2017", refere a Impresa.
Por sua vez, a Infoportugal "registou receitas operacionais que superaram os 1,5 milhões de euros, representando um crescimento de 25,8% relativamente a 2022, justificado por um aumento dos serviços de cartografia".
Em termos de resultados consolidados, "o EBITDA deste segmento foi negativo no montante de 2,8 milhões de euros".
Excluindo os custos de reestruturação, o resultado apurado foi negativo em 2,5 milhões de euros.
Em termos de perspetivas, a Impresa refere que "2023 foi particularmente desafiante em termos económicos e geopolíticos".
Isto porque a "pressão inflacionista, o nível das taxas de juro de referência e os conflitos internacionais materializaram-se numa continuada necessidade de informação, reação e adaptação por parte de economias, mercados, empresas e indivíduos".
Além disso, "perante os diversos exemplos do impacto social negativo da desinformação, voltou a ver-se valorizado o papel crucial que a informação independente, isenta e rigorosa tem na defesa da democracia".
Por outro lado, "acentuou-se o reconhecimento crescente do contributo do entretenimento de qualidade para a construção da cultura e bem-estar da sociedade".
Em 2024, o "grupo prosseguirá a execução estratégica a que se propõe, focado no aumento da qualidade e competitividade, numa ótica de criação de valor sustentável", tendo como "objetivos prioritários acelerar a transformação digital, diversificar as fontes de receitas e melhorar a margem operacional, aliados a uma maior eficiência dos processos internos e da estrutura organizacional".
A Impresa, "enquanto plataforma de informação e entretenimento, continuará a apostar na expansão dos negócios no digital, sobretudo, no 'streaming', 'connected TV', áudio e circulação digital do Expresso, aliás já assumido como um jornal Digital First", adianta.
[Notícia atualizada às 17h55]
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