A subida da inflação nos Estados Unidos deve encorajar a Reserva Federal (Fed) a manter-se prudente, antes de começar a baixar as taxas de juro.
"O destaque vai estar nas novas projeções" económicas, disse à AFP Lydia Boussour, economista da EY Parthenon.
Nas novas previsões económicas que serão divulgadas pela Fed, a curva da inflação vai merecer particular atenção, bem como o número de cortes nas taxas previstos para 2024 pelos responsáveis do banco central norte-americano.
A Fed começou a subir as taxas de juro em março de 2022 para lutar contra a elevada taxa de inflação, deixando-as desde julho passado inalteradas entre 5,25% e 5,50%, mas pondera cortá-las este ano.
No entanto, os responsáveis do banco central têm afirmado que preferem esperar vários meses até terem a certeza de que os preços não voltam a subir.
O índice de inflação CPI deu conta de uma subida da inflação em fevereiro para 3,2%, quando tinha ficado em 3,1% no mês anterior.
O índice de preços PCE, que é o privilegiado pela Fed, ainda não divulgou os dados de fevereiro, mas em janeiro mostrava um abrandamento da taxa de inflação homóloga para 2,4%, contra 2,6% em dezembro, embora mostrasse uma aceleração do aumento mensal de preços de 0,1% para 0,3%.
No final de janeiro, após a última reunião de política monetária do banco central norte-americano, o seu presidente, Jerome Powell, afastou a hipótese de uma primeira descida em março.
Depois disso, Jerome Powell afirmou numa audição no Congresso que as taxas de juro "provavelmente atingiram o seu ponto máximo deste ciclo" e se as condições económicas o permitirem pode ser apropriado começar a reduzi-las este ano.
"Embora a inflação ainda continue a ser superior ao objetivo de 2%" fixado pela Fed "diminuiu consideravelmente" e "sem um aumento significativo do desemprego", destacou Powell.
Apesar das elevadas taxas de juro, o mercado laboral tem permanecido sólido, a taxa de desemprego subiu em fevereiro para 3,9%, mas foram criados 275.000 empregos, mais do que em janeiro.
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