"As empresas nacionais com pior classificação são a Mota Engil, Altri e Corticeira Amorim, todas com D numa escala de A a D", alertou em comunicado a Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável, que integra a T&E.
As outras 10 empresas portuguesas incluídas no índice, que avalia anualmente a responsabilidade corporativa das empresas na área das viagens aéreas - Galp Energia, Banco Comercial Português, Redes Energéticas Nacionais, NOS, Jerónimo Martins, Grupo EDP, Efacec Energia, Sonae, Caixa Geral de Depósitos e The Navigator Company - foram todas classificadas com C, sendo a EDP a responsável pelo maior número de viagens aéreas.
"As empresas portuguesas têm de estabelecer urgentemente objetivos para reduzir as emissões das viagens aéreas em trabalho ou arriscam-se a ficar para trás no combate à crise climática", adverte a Zero.
Para a associação ambientalista, "não há desculpas para não tomar medidas quando outras empresas do mesmo setor estabeleceram objetivos ambiciosos. Mesmo tendo em conta o caráter periférico de Portugal na Europa, as empresas portuguesas podem reduzir as emissões das viagens aéreas por via da substituição de algumas reuniões presenciais pela videoconferência e evitando a ponte aérea Lisboa-Porto, optando pelo comboio".
O 'ranking' Viajar Responsavelmente 2024 avalia 328 empresas norte-americanas, europeias e indianas, e, segundo a Zero, revela que "as empresas portuguesas têm um fraco desempenho em comparação com multinacionais espanholas, francesas, britânicas e alemãs", visto que nenhuma das 13 empresas portuguesas avaliadas estabeleceu objetivos concretos para reduzir as emissões das viagens aéreas.
Na edição deste ano do 'ranking', 16 empresas obtiveram a classificação A e 40 a classificação B, tendo a esmagadora maioria recebido a classificação C (230), com 42 empresas na classificação D.
Outras empresas no 'ranking' que não têm planos credíveis para reduzir as emissões das suas viagens aéreas incluem a Siemens, a Microsoft e a Google. A Zero afirma que "estas empresas globais autointitulam-se de progressistas e pioneiras, mas têm falhado neste aspeto".
A Zero considera que se as 25 empresas, das 328, que são responsáveis por "36% das emissões e que não tem planos para as reduzir", vierem a reduzir as viagens aéreas em 50%, "será possível garantir um terço da redução de emissões que é necessária alcançar até 2025 por parte da totalidade das empresas", adiantando que isso "permitiria poupar o equivalente a 5,9 milhões de toneladas de CO22, o equivalente às emissões produzidas por três milhões de automóveis num ano".
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