"O resultado líquido atribuível à Greenvolt, excluindo o impacto das operações descontinuadas, foi de 7,5 milhões de Euros, sendo o resultado líquido [global] atribuível ao grupo de 1,2 milhões de euros", refere a empresa liderada por João Manso Neto em comunicado hoje divulgado.
A empresa aponta que os rendimentos operacionais totais subiram 59,1%, para 385,5 milhões de euros, enquanto o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) cresceu 3,2%, para 103,1 milhões de euros.
No comunicado, a Greenvolt considera que 2023 "foi um ano desafiante, marcado por fortes investimentos", que deverão criar "condições para uma maior rentabilidade em 2024 e nos anos seguintes".
Apesar da quebra dos lucros, a Greenvolt sugere que os resultados do ano "estão em linha com as expectativas e com o plano estratégico do grupo".
A empresa destacou o "crescimento substancial" no segmento 'utility-scale', "principalmente devido às vendas de ativos na Polónia e ao reconhecimento das margens subjacentes", que contrariou o impacto da diminuição dos preços da eletricidade no Reino Unido em 2022 e 2023.
Em 2023, vendeu mais de 200 megawatt de ativos, e aumentou a sua capacidade instalada para 91,5 megawatt-pico (MWp), cerca de três vezes superior à do ano anterior.
A Greenvolt garante que a sua situação financeira se mantém robusta, com 60% da dívida com taxa fixa e com uma posição de liquidez pro-forma total no valor de 632,2 milhões de euros -- a que se juntam 372,4 milhões de euros para linhas de garantias.
A empresa diz ainda que identificou oportunidades estratégicas para o armazenamento de eletricidade com recurso a baterias e que desinvestiu noutros.
Face ao mercado, refere, o setor das energias renováveis "foi temporariamente afetado pela subida das taxas de juro", mas que no seu caso foi atenuado "com a sua política de cobertura de taxas e com a sua concentração em países onde os preços da eletricidade a longo prazo são muito mais elevados do que eram antes de 2022".
No final de 2023, a dívida financeira líquida da Greenvolt era de 691,4 milhões de euros.
A empresa está em vias de mudar de mãos, depois do lançamento de uma oferta pública de aquisição por parte da Kohlberg Kravis Roberts & Co (KKR). No comunicado, a Greenvolt considerou que a OPA por este fundo de investimento reconhece "as potencialidades estratégicas e capacidades de execução" da empresa.
A oferta de compra da Greenvolt foi lançada em 21 de dezembro do ano passado pelo fundo de investimento em infraestruturas Gamma Lux, com sede no Luxemburgo e gerido pela KKR, tendo a Autoridade da Concorrência dado 'luz verde' à operação no final de fevereiro.
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