Depois de ter subido "muito ligeiramente" em fevereiro, de 2,30 para 2,36 pontos, o indicador de otimismo voltou a descer em março, ainda que também ligeiramente (de 2,36 para 2,28 pontos), mantendo a pontuação negativa que apresenta desde setembro de 2023.
"Este indicador poderá revelar as preocupações com a situação política atual instável criando uma incerteza no futuro", refere o FAE em comunicado.
Em março, a principal preocupação dos gestores portugueses continuou a recair sobre o "governo e política", apesar de esta categoria ter registado uma redução pelo segundo mês consecutivo, mais acentuada neste último mês (de 58,10% para 54,2%).
De acordo com o barómetro, se esta redução é um "sinal de esperança dos gestores portugueses num futuro mais otimista", o facto é que "as restantes preocupações registaram aumentos que refletem, por outro lado, algumas dúvidas nas suas expectativas".
Assim, em março assistiu-se a uma subida "mais acentuada" das preocupações com "taxa de juro" (6,7% para 10,4%), "taxa de inflação" (2,9% para 6,3%) e "concorrência e modelo de negócio" (1% para 2,1%).
Em alta estiveram também as preocupações com "digitalização, disrupção tecnológica" (2,9% para 4,2%) e "corrupção" (2,9% para 3,1%), embora estas tenham registado uma subida "menos acentuada".
Pelo contrário, apenas se sentiu uma descida nas preocupações relacionadas com "impostos e tributação" (6,7% para 4,2%) e "contratação e retenção de talentos (14,3% para 9,4%).
O Barómetro Mensal dos Gestores Portugueses baseia-se num inquérito mensal aos associados do FAE sobre o que mais preocupa para os 12 meses seguintes, incluindo também o seu nível de otimismo e pessimismo para esse período.
Com as respostas -- normalmente entre 170 a 210 -- o Fórum constrói um barómetro mensal que indica, mensalmente e numa série longa, a evolução das preocupações e do otimismo dos gestores portugueses.
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