No relatório mensal sobre o mercado petrolífero hoje divulgado, a AIE - Agência Internacional de Energia indica que, para o conjunto de 2024, o aumento será de 1,2 milhões de barris por dia, valor que cairá ligeiramente para 1,1 milhões em 2025, embora a recuperação da atividade após a pandemia seja dada como "essencialmente completa".
Este abrandamento deve-se à procura "excecionalmente fraca" dos países da OCDE, que aumentou apenas 250.000 barris por dia no primeiro trimestre, especialmente na Europa, enquanto os Estados Unidos e o Canadá registaram ligeiros aumentos.
A AIE atribui esta situação a uma menor procura por parte da indústria europeia, bem como a uma maior eficiência dos veículos e ao aumento progressivo do parque de veículos elétricos.
O documento destaca a subida dos preços, com o Brent a ultrapassar os 90 dólares por barril no início de abril (o nível mais elevado em seis meses) devido ao aumento dos riscos geopolíticos, incluindo os conflitos no Médio Oriente e os ataques de drones ucranianos às infraestruturas petrolíferas russas.
Trata-se de um aumento homólogo de 13 dólares por barril, uma tendência que o relatório atribui também à decisão tomada em março pela OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e seus aliados (OPEP+) de prolongar os seus cortes de produção até junho, bem como às previsões mais positivas do que o esperado quanto à evolução da economia mundial.
Do lado da oferta, e tendo em conta o prolongamento dos cortes da OPEP+, os produtores não OPEP+, nomeadamente Estados Unidos, Brasil, Guiana e Canadá, continuam a liderar o aumento da produção, que aumentará 770.000 barris por dia para um total de 102,9 milhões.
Já a produção dos membros da OPEP+ diminuirá 820.000 barris por dia este ano, enquanto a produção dos países não membros da OPEP aumentará 1,6 milhões de barris por dia.
Globalmente, os países da OPEP+ retiraram quase dois milhões de barris por dia do mercado desde o final de 2022.
No caso da Rússia, aliada da OPEP, que está a ser alvo de sanções por parte dos países ocidentais devido à invasão da Ucrânia, o documento refere que esta se comprometeu a reduzir a produção numa média de 410.000 barris por dia no segundo trimestre.
Este corte coincide com uma fase de manutenção sazonal nas refinarias, algumas das quais também reduziram a produção na sequência dos recentes ataques ucranianos.
A AIE estima a produção russa de petróleo bruto em 9,1 milhões de barris por dia no segundo trimestre deste ano, menos 0,3 milhões de barris do que no primeiro trimestre e menos 0,46 milhões de barris do que em 2023.
O relatório mensal da AIE destaca que as existências mundiais de petróleo bruto e derivados atingiram em fevereiro o nível mais elevado dos últimos sete meses, tendo aumentado 43,3 milhões de barris, fenómeno que se deve principalmente ao armazenamento em navios.
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