"Aguardamos pela proposta do Governo, para que também possamos ter uma posição clara sobre esta matéria", afirmou o secretário-geral da Fesap, José Abraão, em conferência de imprensa, na sede da federação, em Lisboa, referindo-se à descida do IRS anunciada pelo novo executivo de Luís Montenegro.
Esta medida gerou críticas da oposição, quando o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, clarificou, em entrevista à RTP, que os 1.500 milhões de euros previstos se referem a 1.300 milhões aprovados no orçamento do anterior governo para este ano.
"Não quero com isto desvalorizar qualquer redução que tenhamos no IRS, no pagamento final, mas de qualquer modo parece-me mais importante a aposta nos salários, carreiras, dignificação de quem trabalha na Administração Pública, do que estarmos a todo o momento com esta questão de 'baixa cinco, depois acaba por ser meio'", considerou José Abraão, acrescentando que "é altura de dizer basta" a "coisinhas poucochinhas".
A Fesap apelou ao Governo para que, aquando dos anúncios das medidas, "seja suficientemente claro para que não fiquem dúvidas".
"Precisamos, isso sim, é que as medidas sejam claras, concretas e não estamos aqui a pedir esmolas, estamos a pedir coisas para que valorizemos os profissionais da Administração Pública, não estamos a procurar que vendam galinha gorda por pouco dinheiro", afirmou o secretário-geral da Fesap.
Para a federação de sindicatos, a clareza, transparência e objetividade nas medidas anunciadas pelos executivos qualificam a democracia e "a capacidade que os governos terão de governar o país".
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