A Anacom salienta que, "apesar da redução do número de incidentes notificados" pelas empresas de redes e serviços de comunicações eletrónicas (-19%), "o seu impacto foi superior ao registado no ano anterior, uma vez que foram afetados 6,9 milhões de assinantes, mais 7% do que em 2022".
Para este aumento do impacto "contribuiu a ocorrência de um incidente, em dezembro, que envolveu a interligação de voz de dois dos principais operadores de comunicações em Portugal, com impacto no serviço de telefonia móvel", refere a entidade reguladora, em comunicado.
Ao contrário do que aconteceu em 2022, "em que se observou uma distribuição uniforme do número de incidentes ao longo do ano, em 2023 a maioria dos incidentes notificados à Anacom registou-se nos 3.º e 4.º trimestres, sendo o 3.º trimestre aquele em que se registou o maior número de notificações".
Os distritos de Lisboa e do Porto "foram os que registaram um maior número de incidentes nas redes e serviços de comunicações eletrónicas", adianta.
Segundo a entidade, a causa raiz "acidente ou fenómeno natural" esteve na origem da maior parte das notificações recebidas no ano passado.
As causas raiz "manutenção ou falha de 'hardware' ou de 'software'" e "ataque malicioso", em segundo lugar, seguida da "falha no fornecimento de bens ou serviços por terceiros" representam "pouco mais de metade do total dos incidentes de segurança notificados (53%), nomeadamente devido a causas associadas a falhas de energia, cortes de cabos de fibra ótica, avarias de sistemas/equipamentos e cortes de serviço programados para trabalhos de manutenção".
A maioria dos incidentes de segurança "teve impacto simultâneo em mais de um serviço de comunicações eletrónicas acessíveis ao público".
O serviço telefónico fixo "foi o serviço mais afetado, com 67% do total de incidentes de segurança recebidos, seguindo-se o serviço de acesso à Internet fixa e o serviço de televisão por subscrição, ambos referenciados em 57% dos incidentes", refere.
O Regulamento de Segurança da Anacom "estabelece que as empresas de comunicações eletrónicas devem informar o público na situação de incidentes de maior impacto", sublinha, adiantando que, "relativamente aos 30 incidentes registados em 2023, foi prestada informação ao público em 10 casos".
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