No relatório trimestral de previsões económicas, o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) subiu em uma décima, para 1,9%, a previsão da inflação para 2025 e divulgou a primeira estimativa para 2026, também 1,9%.
A instituição considerou que, embora o impacto da subida do custo das importações vá diminuir, a inflação deverá continuar alta em 2025 devido ao preço do petróleo e ao fim das medidas governamentais para tentar refrear a subida dos preços ao consumidor.
A inflação no Japão fixou-se em 2,6% em março e está há dois anos acima da meta de 2% fixada pelo BoJ, inicialmente devido à subida do custo da energia, decorrente da guerra na Ucrânia, e atualmente devido ao aumento do preço da alimentação.
Pelo contrário, o BoJ reviu em baixa, de 1,8% para 1,3%, a estimativa para o crescimento económico no ano fiscal de 2023, que terminou a 31 de março, e baixou a previsão para o atual ano fiscal de 1,2% para 0,8%, devido ao fraco consumo.
"A economia japonesa recuperou moderadamente, embora tenha sido observada alguma fraqueza", destacou o relatório, acrescentando que as exportações e a produção industrial permaneceram estáveis.
O banco central justificou a revisão em baixa considerando que o consumo privado, que representa cerca de 60% da economia, deverá permanecer fraco, apesar de empresas e sindicatos terem recentemente acordado os maiores aumentos salariais em três décadas.
Relativamente ao ano fiscal de 2025, o BoJ manteve a previsão de que o Produto Interno Bruto japonês irá crescer 1%, o mesmo valor previsto para 2026.
A instituição decidiu também hoje manter inalteradas as principais medidas da política monetária, um mês após ter subido a taxa de juro de referência a curto prazo, para 0,1%, pela primeira vez desde 2007.
Num comunicado, o banco central japonês disse que a decisão do conselho de política monetária foi tomada de forma unânime.
Após o anúncio, a moeda nipónica desvalorizou-se ainda mais e ultrapassou a marca de 155 ienes por dólar, pela primeira vez desde maio de 1990.
"É necessário prestar muita atenção à evolução dos mercados financeiros e cambiais e ao seu impacto na atividade económica e nos preços no Japão", disse o BoJ no comunicado.
Horas antes, o ministro das Finanças japonês disse estar pronto para intervir e travar a queda acentuada do iene.
"Estamos preocupados com o lado negativo do iene mais fraco", disse Shunichi Suzuki, acrescentando que lidar com o aumento dos preços é uma prioridade para o Governo.
Um iene fraco tende a impulsionar o mercado de ações, uma vez que inflaciona as remessas estrangeiras dos exportadores, mas também aumenta os custos das importações de energia e matérias-primas, das quais o Japão é dependente.
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