Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average avançou 0,32%, na que foi a sua oitava sessão consecutiva de ganhos, o seu melhor desempenho depois de nove subidas consecutivas em dezembro.
Já o tecnológico recuou quase de forma impercetível (-0,03%) e o alargado S&P500 valorizou 0,16%.
Mas a praça bolsista tinha razões para um desempenho negativo.
O índice de confiança dos consumidores, medido pelo inquérito mensal da Universidade do Michigan, caiu para os 67,4 pontos, o valor mais baixo desde há seis meses.
"Esta queda [menos 13% em termos mensais] reforça a hipótese de uma redução significativa do crescimento este ano" nos EUA, comentou Ian Shepherdson, da Pantheon Macroeconomics.
Segundo os autores do inquérito, as famílias norte-americanas "estão inquietas com a possibilidade de a inflação, o desemprego e as taxas de juro evoluírem no mau sentido em 2025".
Na opinião de Sam Stovall, da CFRA, "isto não é uma surpresa", considerando os últimos indicadores macroeconómicos, "mas não agrada aos investidores".
Em particular, os operadores relevaram a deterioração das espetavas de inflação, com as pessoas interrogadas a anteciparem uma subida média de preços de 3,5% nos próximos 12 meses, depois dos 3,2% apontados em abril.
As antecipações de inflação são um parâmetro importante para a Fed, que não as quer ver a afastarem-se da sua referência de longo prazo [dois por cento], por isso conduzir a uma espiral inflacionista.
A sessão foi ainda marcada pelas declarações da governadora da Fed Michelle Bowman, que disse não esperar, neste momento, uma descida da taxa de juro de referência durante este ano.
No mesmo sentido, a presidente do banco da Fed em Boston, Susan Collins, declarou que "é demasiado cedo para pensar em descida de taxas".
Ma os investidores bolsistas resistiram a estes ventos contrários ao mercado acionista.
"Os investidores continuam focados no futuro e querem acreditar que os lucros das empresas vão continuar a subir", disse Sam Stovall, como justificação da resistência de Wall Street. "E não acredito que estejam à espera de inflação mais elevada na próxima semana".
Ou seja, a atenção já está orientada para quarta-feira, quando sai o índice de preços no consumidor.
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