Analistas divididos sobre se Moody's melhora perspetiva do rating de Portugal

A Moody's deverá manter inalterado o 'rating' de Portugal, quando avaliar a dívida soberana portuguesa na sexta-feira, segundo os analistas consultados pela Lusa, que, contudo, se mostram divididos sobre se a agência irá melhorar a perspetiva.

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Lusa
16/05/2024 16:16 ‧ 16/05/2024 por Lusa

Economia

Moody's

A agência de notação financeira norte-americana tem prevista para sexta-feira uma avaliação à dívida da República Portuguesa, depois de em novembro ter subido o 'rating' para 'A3', com perspetiva estável.

"Não me parece que faça qualquer alteração", prevê o presidente da IMF -- Informação de Mercados Financeiros, Filipe Garcia.

Por seu lado, o economista sénior do Banco Carregosa Paulo Rosa considera que "eventualmente a Moody's manterá o 'rating' em "A3", mas é possível que o 'outlook' [perspetiva] seja revisto em alta para positivo".

"A Moody's reiterará, com certeza, a contínua confiança na tendência positiva das contas públicas certas em Portugal, mas não deixará de mencionar, muito provavelmente, que um governo suportado por uma coligação minoritária pode ser um sinal de fragilidade no reforço dessa mesma trajetória de baixa do rácio da dívida pública portuguesa face ao PIB nominal", aponta Paulo Rosa.

Para o economista, um governo suportado por uma coligação minoritária pode travar temporariamente revisões em alta da classificação de crédito da República Portuguesa.

Já Filipe Garcia assinala que, pela positiva, a Moody's "poderá dar destaque ao comprometimento do novo Governo com a disciplina nas contas públicas e à trajetória de crescimento da economia, melhor do que a média europeia, ainda que pior do que dos países da coesão".

No entanto, pela negativa, "poderá ser notado o risco de instabilidade governativa e potencialmente orçamental, bem como a aprovação de medidas despesistas à revelia do Governo".

Segundo o presidente da IMF, nos modelos, a Moody's "deverá ter em conta a descida do 'spread' vs Alemanha e do nível da taxa a 10 anos, mas também a dinâmica mais desfavorável que se vai instalando na relação entre as taxas de juro e a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) nominal e, por conseguinte, na receita fiscal presente e futura comparadas com a evolução da taxa de juro marginal".

Em 01 de março, quando Portugal se preparava já para eleições antecipadas, a Standard & Poor's subiu a notação da dívida soberana portuguesa de 'BBB+' para 'A-' o que fez o 'rating' do país atingir o patamar 'A' em todas as principais agências.

A Fitch confirmou, em 22 de março, o 'rating' de Portugal em 'A-', mantendo a perspetiva 'estável', enquanto a DBRS confirmou, em 19 de janeiro, o 'rating' de Portugal em 'A', mantendo ainda a perspetiva 'estável'.

O 'rating' é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.

Os calendários das agências de 'rating' são, no entanto, meramente indicativos, podendo estas optar por não se pronunciarem nas datas previstas ou avançarem com uma avaliação não calendarizada.

Leia Também: Moody's muda a perspetiva do Brasil de estável para positiva

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