A margem financeira (diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos) subiu 17% para 716 milhões de euros enquanto as comissões desceram 4,7% para 142 milhões de euros.
A operação em Portugal contribuiu com 344 milhões de euros para o lucro e a atividade internacional com 51 milhões de euros.
"A Caixa fechou o primeiro trimestre de 2024 com um resultado líquido consolidado de 394 milhões de euros, beneficiando da evolução positiva da margem financeira, da redução de custos regulatórios, bem como da melhoria da recuperação do crédito e de um menor custo do risco", refere o banco público no documento enviado ao mercado.
Referente aos lucros de 2023 (1.291 milhões de euros), a CGD irá entregar ao Estado 525 milhões de euros em dividendos no atual trimestre. Até junho, a Caixa espera entregar ao seu único acionista cerca de 770 milhões de euros em dividendos, impostos, custos regulatórios e rendas do edifício sede.
As rendas do edíficio-sede, que agora pertence ao Estado, são de cerca de 15 milhões de euros anuais pelo que a CGD pagou ao Estado o equivalente a três meses.
No primeiro trimestre, em termos homólogos, as provisões e imparidades baixaram 66 milhões de euros, registando-se "uma reversão de provisões no valor de 16 milhões de euros, face à constituição de provisões e imparidades de 50 milhões de euros" nos primeiros três meses do ano passado.
Esta alteração está, de acordo com o banco, "sobretudo relacionada com a atividade da Caixa em Portugal, reconhecendo a melhoria do enquadramento macroeconómico acima do esperado".
A rendibilidade líquida dos capitais próprios avançou de 13,1% no final de março do ano passado, para 16,8%.
No primeiro trimestre, a carteira de crédito a clientes da CGD em Portugal avançou 0,6%, para 45.623 milhões de euros, tendo subido nas empresas e no setor público administrativo (1,7%, para 19.997 milhões de euros) e recuado nos particulares (-0,2%, para 25.626 milhões de euros).
Os depósitos dos clientes em Portugal aumentaram 0,4% para 70.515 milhões de euros, entre 56.103 milhões de euros nos particulares (+1,4%), 11.674 milhões de euros nas empresas (-2,5%) e 2.738 milhões de euros no setor público administrativo (-7,4%).
A CGD congratulou-se com a liderança na quota de depósitos totais de clientes (22,7%) e nos depósitos de particulares (31,5%) no final de março.
Os custos de estrutura totais aumentaram 5,3%, para 298,5 milhões de euros, que o banco público justifica com o crescimento de 15,9 milhões de euros nos custos com pessoal, "refletindo um ajustamento médio de 3,25% das remunerações".
No final de março, a CGD contava com 6.245 trabalhadores em Portugal, numa rubrica que abrange o "perímetro doméstico total", menos dois que no trimestre anterior, mas mais 458 que em termos homólogos, quando contabilizava apenas os funcionários afetos à atividade bancária.
A rede de agências manteve-se em 515.
O banco público enalteceu, ainda, o cumprimento "com uma cómoda margem" dos requisitos de capital em vigor, entre os quais os rácios Tier 1 ('common equity tier 1') e Total, que se situaram em 20,5% e 20,7%.
O rácio de crédito malparado (NPL na sigla técnica em inglês) foi de 1,62% no primeiro trimestre, abaixo dos 2,5% um ano antes.
[Notícia atualizada às 19h24]
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